Caxias do Sul tem dois times disputando a Série C do Campeonato Brasileiro, o Caxias e o Juventude. Pelotas terá duas equipes na Série D, o Brasil e o Pelotas. Em comum, os quatro clubes gaúchos contam com uma história quase que centenária, tradição e torcida. Em Londrina, até tempos atrás, o número de equipes se multiplicava. Era a febre dos clube empresas, que nasceram formadores e foram obrigados a se profissionalizar pela Federação Paranaense de Futebol (FPF).
Não conseguiram cativar nem torcedores nem patrocinadores e viram na mudança de cidade uma alternativa para a sobrevivência. PSTC e Junior Team já haviam feito isso no ano passado. Agora, é a vez do Cincão deixar Londrina e ir para Apucarana.
Fundado em 2011 pelos empresários Gilberto Ponce e Luís Carlos Pereira, o time dos Cinco Conjuntos nasceu com o objetivo de ser o segundo no coração do londrinense. Ao contrário dos outros dois concorrentes, a equipe já foi projetada visando o futebol profissional. Tinha até um projeto para construção de um estádio na zona norte da cidade e queria se firmar por lá.
Porém, a história não seguiu esse roteiro. A cada jogo era menor o número de testemunhas, os patrocínios também não vieram e como a conta era alta, a mudança foi a solução encontrada.
O mesmo ocorreu com PSTC e Junior Team. O primeiro é considerado um dos maiores centros formadores do país. Por muitos anos, forneceu mão de obra ao Atlético Paranaense. A Junior Team nasceu dentro do Londrina e fora dele também não conseguiu ocupar um espaço de destaque na preferência do londrinense. É unânime a opinião de que é impossível outro clube conseguir concorrer com o Tubarão dentro de Londrina. "Como que o torcedor londrinense vai no estádio torcer para o PSTC? Não adianta, o Londrina é o time do coração, que leva o nome da cidade, não tem como concorrer com o ele dentro de Londrina", cravou Renato David, do PSTC. "Nós todos, na Junior Team, somos torcedores do Londrina e ele é o time da cidade. Não temos força para concorrer. A cidade de Londrina é para o Londrina", apontou Ariobaldo Frisseli, o Dedé, coordenador geral do clube. Candidato à presidência do Tubarão em 2009, Gilberto Ponce segue o raciocínio. "A gente sempre foi muito consciente com a diferença e superioridade do Londrina. É indiscutível".
Agora, em Apucarana, e com o nome da cidade no distintivo – a alteração de cidade e de nome custou R$ 215 mil –, ele espera ver seu clube como o queridinho dos torcedores. "Lá, em um dia ruim, o público é 20 vezes o que tínhamos aqui. De torcida, acredito que tenha esse apoio. Até por isso já trabalhamos com o nome da cidade. O morador acaba aderindo", afirmou Ponce, que será vice-presidente de Sérgio Kowalski, seu novo sócio, que era dono do Roma. "Desde quando montei o Cincão, eu queria alguém que me ajudasse na alegria e na tristeza e o Sérgio Kowalski é esse parceiro. O Sérgio é de lá e não adianta acharmos que vamos arrumar rum grande patrocinador, mas com um pouco de um e um pouco de outro vamos seguindo", completou Ponce, reclamando também da estrutura do estádio do Café para o segundo semestre, que receberá jogos do Londrina na Série D.
Com a mudança para Apucarana, o projeto de construção do estádio na zona norte foi abortado. O clube havia recebido um terreno da Prefeitura de Londrina para levantar a obra. "Protocolamos um documento na Prefeitura e ela não respondeu nada. Havia uma conversa que perdemos por não dar início na obra, mas nossa contrapartida era reformar o centro comunitário e isso nós fizemos. Mas o terreno vai ser devolvido ao município. Não temos mais interesse", afirmou Ponce.