SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Após sofrer com o impacto da Covid-19 no início da pandemia, o esporte na Europa sofre um novo baque com a guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

O conflito, iniciado na madrugada de quinta (24) com a invasão de tropas russas no território ucraniano, já acarretou na paralisação de campeonatos, além de ter forçado também mudanças de sede e cancelamentos de provas em alguns eventos esportivos.

Veja como a guerra impacta o esporte europeu.

Final da Champions troca de local

Prevista inicialmente para São Petersburgo, na Rússia, a final da Champions League desta temporada precisou mudar de sede.

Nesta sexta-feira (25), a Uefa, órgão que comanda o futebol europeu, anunciou a mudança do jogo para o Stade de France, em Paris. A decisão do torneio acontecerá no dia 28 de maio.

Além da transferência de sede da final europeia, a Uefa também definiu que os jogos em casa de clubes ucranianos e russos, assim como partidas das duas seleções, deverão ser disputados em campo neutro.

"É uma lástima que se tenha tomado essa decisão", afirmou o porta-voz do governo russo, Dimitri Peskov. "São Petersburgo havia oferecido condições ideais para a celebração", completou.

F1 diz ser impossível manter GP russo

Um dia depois que alguns de seus principais pilotos expressaram preocupação com a realização do GP da Rússia, a organização da F1 disse ser impossível manter a prova no país. O GP de Sochi estava marcado para 25 de setembro.

"O Mundial de F1 visita países de todo o mundo com uma visão positiva de unir as pessoas. Estamos acompanhando os acontecimentos na Ucrânia com tristeza e choque e a esperança de uma pacífica resolução para a presente situação. Na quinta (24), a FIA e as equipes discutiram a posição do nosso esporte, e a conclusão é, incluindo a visão de todas as partes interessadas, de que é impossível manter o GP da Rússia nas atuais circunstâncias", disse a nota da FIA (Federação Internacional de Automobilismo.

Sebastian Vettel e o atual campeão Max Verstappen se posicionaram contra a possibilidade de correr na Rússia nesta temporada.

"É horrível ver o que está acontecendo [...] Falo por mim: eu não devo ir e eu não irei. É errado correr lá. Pessoas estão sendo mortas por razões estúpidas e uma liderança muito estranha e raivosa", disse o alemão, na quinta-feira, se referindo ao presidente da Rússia, Vladimir Putin.

Liga ucraniana de futebol suspensa

Logo após a invasão das tropas russas, a Federação Ucraniana de Futebol anunciou a suspensão da liga nacional de futebol. O campeonato deveria começar nesta sexta-feira.

São 31 jogadores brasileiros contratados por times da primeira divisão da Ucrânia. Até a semana passada, a maioria deles estava na Turquia, em pré-temporada.

"Devido à falta de combustível, fronteira fechada, espaço aéreo fechado, a gente não pode sair. A gente pede muito apoio ao governo do Brasil", afirmou o zagueiro Marlon, do Shakhtar Donetsk, equipe que tem 12 atletas brasileiros, em vídeo publicado nas redes sociais.

Liga russa de futebol adia jogos em duas cidades

A União de Futebol da Rússia, entidade responsável pelo esporte no país, decidiu manter o calendário da liga local de futebol. Contudo, jogos em duas cidades foram adiados.

Por determinação da Agência Federal de Transportes Aéreos, os aeroportos de Rostov-do-Don e Krasnodar foram fechados. As partidas que deveriam ser realizadas nesses locais ainda não têm data definida.

O FC Krasnodar receberia neste fim de semana o Lokomotiv Moscou. Já o FC Rostov receberia o Krylia Sovetov.

Federação Internacional de Esqui cancela provas na Rússia

A FIS (Federação Internacional de Esqui) anunciou nesta sexta o cancelamento de todas as suas competições previstas para a Rússia até o final da temporada devido à guerra na Ucrânia.

"A FIS decidiu que, pela segurança de todos os participantes e para manter a integridade da Copa do Mundo, todos os eventos programados na Rússia até o final da temporada 2021/2022 serão cancelados ou transferidos de sede", avisou a entidade em comunicado.

Estavam programadas provas em Yaroslavi neste sábado (26) e no domingo (27), além de competições em Nizhny Tagil (18 a 20 de março) e Tchaikovsky (25 a 27 de março), assim como as finais da Copa do Mundo de esqui cross-country em Tyumen (18 a 20 de março). A federação disse estar trabalhando "para garantir o rápido regresso" dos competidores que estão na Rússia para as competições.

A decisão foi anunciada depois que a Noruega, primeira colocada no quadro de medalhas das Olimpíadas de Inverno de Pequim, e a Suécia anunciaram que não iriam mandar esquiadores para os próximos eventos programados para o território russo.