BELO HORIZONTE, MG (UOL/FOLHAPRESS) - O jogo entre Atlético-MG e Santos, neste sábado (11), às 19h, no Mineirão, terá um duelo especial. Ambos os times têm treinadores argentinos comandando as equipes. E tanto Fabián Bustos como Antonio "Turco" Mohamed precisam fazer Peixe e Galo, respectivamente, renderem mais para reagirem no Brasileirão.

O estágio do trabalho dos dois treinadores está em níveis diferentes. Bustos chegou ao Santos com a temporada já em andamento e com o Peixe pressionado no Campeonato Paulista. Mohamed, além de ter a pré-temporada para trabalhar, pôde contar com a tranquilidade de chegar após os títulos do Brasileirão e da Copa do Brasil no ano passado. Para o colunista do UOL Esporte Tales Torraga, as escolhas feitas pelos dois times mostram a falta de critérios na hora de contratar treinadores.

"Pelo currículo, Mohamed era quem tinha mais condições de chegar ao Brasil por comandar clubes grandes, tanto na Argentina quanto no México. Independiente e Monterrey são só dois exemplos. Os técnicos que se destacam em tais ligas merecem entrar automaticamente no radar do futebol nacional. Mas Mohamed estava parado fazia mais de um ano quando aceitou a proposta do Galo. O caso de Bustos caminha pela calçada contrária. Ele estava ativo no Barcelona de Guayaquil, mas jamais teve a bagagem de Mohamed. Sequer trabalhou com destaque fora do Equador", opinou Torraga.

Bustos perambulou por times como Macará, Delfín e Deportivo Quito, antes de chegar ao tradicional Barcelona de Guayaquil. Mohamed por sua vez foi três vezes campeão mexicano à frente de Tijuana, América e Monterrey.

Agora os dois terão de mostrar resposta rápida após a rodada do meio da semana. O Santos empatou em casa com o Internacional em 1 a 1, enquanto o Atlético-MG perdeu por 5 a 3 para o Fluminense. Assim, a partida válida pela 11ª rodada do Brasileiro ganhou peso a mais. Embora os técnicos contem com o respaldo das diretorias dos dois clubes, o resultado positivo é primordial para aliviar o início de pressão.

As diretorias dos dois clubes avaliam que os treinadores podem fazer os times terem desempenho melhor em campo.

Na Baixada Santista, Bustos é elogiado no dia a dia pelos treinos, por conseguir fazer com que jogadores como Vinicius Zanocelo e Léo Baptistão tenham um bom rendimento. Mas também sofre críticas por escalar Jhojan Julio e Bryan Angulo, atletas indicados por ele.

No Galo, Mohamed tem um pouco mais de tranquilidade. Os diretores sabem que o elenco sofreu baixas consideráveis do ano passado para cá, além de o time sofrer com a ausência de jogadores importantes, como Zaracho e Vargas, lesionados, e Guilherme Arana, que estava com a seleção brasileira.

Para o jogo deste sábado, os dois treinadores precisarão encontrar mais equilíbrio para as duas equipes. O Atlético-MG tem um dos melhores ataques do torneio, com 16 gols marcados. Para isso, Mohamed aposta em um time que tenta dominar os adversários através da posse de bola - o Galo tem média de 59% de posse até o momento no Brasileirão, segundo dados do SofaScore.

O time mineiro também arrisca bastante, chutando 18 bolas por jogo, acertando cinco no gol. Mas a tentativa de pressionar no campo de ataque deixou o time de Mohamed exposto ao ponto de sofrer cinco gols diante do Fluminense. Esse é um ponto que ele terá de resolver. Mas até os jogos contra Flamengo e Emelec, pela Copa do Brasil e Libertadores, respectivamente, Turco terá tranquilidade para continuar o trabalho.

Sem contar com a qualidade técnica dos jogadores do Atlético-MG, Bustos optou por montar um time especializado na transição rápida da defesa para o ataque, que tem média de 47% de posse de bola em média, mas sofre para administrar o jogo, como foi contra o Internacional.

Assim, a sequência de resultados ruins, aliada à instabilidade que os times já mostram, pode abreviar a passagem dos treinadores pelo Brasil. "Muitos caminhos levam ao futebol brasileiro. Inatividade e países periféricos são dois deles. Ambas as aventuras já encontram percalços — e correm, sim, sério risco de fim antecipado", analisa Tales Torraga.

O Atlético-MG entra em campo com três pontos de desvantagem para o líder Palmeiras (19 a 16). Já o Santos soma 13 pontos e está em décimo lugar, porém em um momento de declínio. A equipe paulista só somou três pontos nos últimos cinco jogos e começa a se aproximar da zona de rebaixamento. Para esse duelo, Bustos não poderá contar com o centroavante Marcos Leonardo (servindo a seleção sub-20) e com o atacante Léo Baptistão (contundido).

Estádio: Mineirão, em Belo Horizonte (MG)

Horário: Às 19h (de Brasília) deste sábado (11)

Árbitro: Marcelo de Lima Henrique (CE)

VAR: Rafael Traci (CE)

Transmissão: Premiere