SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O que se espera de um clube que acaba de retornar para a Série A com um orçamento modesto? Que lute para ficar na elite! Para chegar nesse objetivo é fundamental pontuar dentro de casa e superar os ''adversários diretos''. Em três rodadas o Avaí tem cumprido esse plano e está entre os times mais bem classificados do Brasileirão até o momento. A vitória por 3 a 2 sobre o Goiás foi importante. Levou sustos no fim, mas de uma forma geral teve boa atuação com um a menos em campo durante mais de 70 minutos.

Eduardo Barroca fez uma mudança no Avaí em relação às duas primeiras rodadas. Copete perdeu espaço para Bissoli, e Muriqui passou a jogar pelo lado do campo. No Goiás, Jair Ventura teve problemas com as lesões de alguns titulares e precisou modificar bastante o que utilizou nas partidas anteriores. Maguinho entrou na lateral-direita. Diego jogou como meia e Apodí seguiu como ponta. Matheus Sales entrou no meio.

O primeiro tempo foi marcado pela intensidade do time da casa, pelos erros de arbitragem, e o domínio do Avaí, mesmo depois de ter ficado com um a menos em campo. Morato foi expulso por dar um pisão no peito de Dadá Belmonte, aos 25 minutos, enquanto o adversário estava no chão. Antes disso, porém, abriu o placar para o Leão ao finalizar um cruzamento rasteiro de Muriqui e aproveitar a falha do zagueiro Da Silva.

O lado esquerdo dos anfitriões era o mais produtivo. Mostrando ímpeto ofensivo e voracidade na busca pelas recuperações de bola no campo rival, o Avaí sufocava o Goiás perto da meta. As dobradinhas entre Cortez e Muriqui levavam dificuldade para a retaguarda esmeraldina. Eduardo encostava como por dentro e auxiliava ao formar triangulações em alguns momentos. Na direita, o mesmo acontecia entre Morato, Kevin e Bruno Silva.

Além de ter dificuldades para marcar, o Goiás não se mexia para gerar linhas de passe e superar os movimentos de subida de bloco de marcação dos catarinenses. Fazia ligações diretas buscando Pedro Raul, mas sem obter êxito. Sofria também com as rápidas reações pós-perda da bola por parte dos donos da casa. Fellipe Bastos teve erros forçados assim. Matheus Sales também.

Após a expulsão de Morato, o jogo mudou de figura. Barroca montou duas linhas de quatro. Abriu Eduardo pela direita e fixou Bruno Silva e Raniele como uma dupla de volantes. Bissoli era o homem isolado no ataque de uma equipe que passou a ser reativa. O posicionamento foi recuado, mas o Goiás, mesmo com mais posse, seguia inoperante. Confuso para se mexer e sem tanto repertório ofensivo.

Jair Ventura sacou o ''amarelado'' Maguinho para colocar Elvis. Diego foi para a lateral. A tentativa era acrescentar mais qualidade na construção ofensiva com a entrada de um meia de bom passe e finalização. O time melhorou. Foi mais incisivo. Apodí se mexendo profundidade era a principal alternativa, e o camisa 10 goiano potencializava isso com passes verticais.

Outra alternativa era a bola aérea para Pedro Raul. Novamente Elvis mostrou-se preciso e cobrou um escanteio que quase terminou em gol de cabeça do centroavante. Douglas fez um milagre. O Avaí não deixou de levar perigo. Quando era possível, mantinha a posse de bola e trabalhava com mais consciência, além de intensidade na movimentação. Bissoli e Kevin assustaram a meta de Tadeu.

O predomínio do Leão manteve-se na segunda etapa, e logo aos cinco minutos o placar foi ampliado. Eduardo interceptou um passe e tabelou com Kevin pela direita. Cruzou rasteiro na sequência e Bissoli bateu forte para marcar. Novamente uma jogada bem construída pelo flanco, a partir de uma roubada de bola, terminava em gol.

Uma nota negativa foram os equívocos do árbitro piauiense Antonio Dib Moraes. Marcou dois pênaltis em Apodí. Ambos anulados após consulta ao VAR por ocorrerem fora da área. Algo que voltaria a acontecer na etapa complementar. Raniele caiu após disputa com Fellipe Bastos fora da área e Dib marcou dentro. Desta vez não foi corrigido e Muriqui bateu no meio do gol para marcar o terceiro aos 16 minutos.

Jair Ventura tentou tornar o Goiás mais ofensivo com as entradas de Luan e Nicolas e o time foi para o tudo ou nada. Pedro Raul diminuiu ao aproveitar erro de Douglas aos 31 minutos. Mesmo de forma desordenada, o time do Centro-Oeste teve volume ofensivo e ainda conseguiu um pênalti aos 39'. Luiz Filipe foi chutado por Lucas Ventura na área e Elvis converteu a cobrança três minutos depois. Douglas fez grande defesa na sequência em cabeçada de Nicolas nos acréscimos.

O comandante esmeraldino vai precisar reforçar o sistema defensivo da equipe. O time dá muitos espaços e não pressiona a bola de forma contundente. Ofensivamente o caminho também será longo. A melhora na reta final da partida pareceu ter sido circunstancial e condicionada pelo desgaste físico avaiano.

AVAÍ

Douglas; Kevin (Matheus Ribeiro), Bressan, Arthur Chaves e Cortez; Raniele, Bruno Silva e Eduardo (Lucas Ventura); Morato, Muriqui (Dentinho) e Bissoli (Rômulo). Técnico: Eduardo Barroca.

GOIÁS

Tadeu; Maguinho (Elvis), Da Silva, Reynaldo e Danilo Barcelos (Hugo); Felipe Bastos (Luan), Matheus Sales (Nicolas), Diego, Apodi e Dadá Belmonte (Luiz Felipe); Pedro Raul. Técnico: Jair Ventura.

Estádio: Ressacada, Florianópolis (SC)

Árbitro: Antonio Dib Moraes de Sousa (PI)

Assistentes: Rogério de Oliveira Braga (PI) e Márcio Iglésias Araújo Silva (PI)

VAR: Wagner Reway (PB)

Cartões amarelos: Douglas, Lucas Ventura, Dentinho (AVA), Felipe Bastos, Maguinho, Matheus Sales, Luan (GOI)

Cartões vermelhos: Morato (AVA)

Gols: Morato (AVA), aos 3'/1ºT; Bissoli (AVA), aos 5', Muriqui (AVA), aos 16', Pedro Raul (GOI), aos 30', e Elvis (GOI), aos 42'/2ºT.