"É uma competição contra nós porque o mais difícil é você se manter no topo", disse Amandinha
"É uma competição contra nós porque o mais difícil é você se manter no topo", disse Amandinha | Foto: Roberto Custódio

Prestes a embarcarem para o Paraguai para a disputa da Copa América de Futsal Feminino, nesta terça-feira (10), elenco e comissão técnica da seleção brasileira realizam as últimas atividades da VI Clínica de Futsal Feminino em Londrina. Promovida pela CBFS (Confederação Brasileira de Futsal) em parceria com o Ministério da Cidadania, as clínicas têm sido momentos importantes de capacitação teórica em municípios em que o esporte tem demonstrado força, como Carlos Barbosa (RS), Fortaleza (CE), Rio de Janeiro (RJ) e Londrina (PR), cujo trabalho da técnica londrinense Vanda Sanches foi fundamental para atrair o evento.

De olhos e ouvidos bem atentos, a jovem Bruna Carolina Oliveira Caetano, 20, pivô do time de futsal feminino da Unopar, garantiu que não faltou a nenhuma aula. Os motivos para estar ali eram muitos, desde a paixão pelo futsal e a admiração pela ala Amandinha, eleita por cinco anos consecutivos a melhor jogadora do mundo, segundo a revista Futsal Planet. “Um dia, com certeza, vou vestir a amarelinha. Acho que é o sonho de qualquer menina, atleta de futsal.”

Amanda Lyssa de Oliveira, a Amandinha, lembrou que as clínicas estão servindo, também, para "humanizar" ainda mais o esporte através de um contato que dificilmente aconteceria entre quem está no auge da carreira e quem está começando.

“Todas as vezes que realizamos uma clínica é sempre um aprendizado novo tanto para as pessoas quanto para nós porque cada pessoa tem um jeito, cada pessoa é diferente e tem coisas para agregar. Trabalhamos todo o lado de interação com as pessoas, toda aquela parte que deixa as pessoas se sentindo importantes, não somos blindadas”, brincou.

Na programação deste domingo (8), o técnico da seleção brasileira feminina e docente da Unifor (Universidade de Fortaleza), Wilson Saboia, falou para cerca de 60 atletas, professores de educação física e treinadores sobre as especificidades de cada atleta, métodos de ensino do futsal moderno e os três sistemas de jogo, entre outros temas. “O que é o mais importante é a inspiração. Às vezes, o profissional de educação física e o aluno gostam de ver a prática, mas tem que absorver conteúdo também e relacionar o que viu à teoria o tempo todo, até pra produzir conhecimento para a carreira dele”, avaliou.

O time viaja nesta terça-feira de Londrina para Assunção, onde estreia na competição contra a seleção chilena. Na primeira fase da Copa América de Futsal Feminino, o Brasil encara, também, Equador, Argentina e Uruguai. O mais difícil será deixar de lado o favoritismo, uma vez que o time já venceu cinco das seis edições que participou.

Com tantas vitórias no currículo, Amandinha lembrou que o sentimento adotado pelo time antes de qualquer competição deve ser sempre o de superação, algo que quis passar também para os mais novos. "Não é uma competição contra os outros, é uma competição contra nós porque o mais difícil é você se manter no topo."