Com 4 cidades candidatas, F-E só deve ter etapa no Brasil na temporada 2020/2021
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segunda-feira, 15 de julho de 2019
Felipe Rosa Mendes
Ainda não deve ser na próxima temporada que a Fórmula E deverá contar com uma etapa brasileira. O calendário do campeonato 2019/2020 da categoria ainda tem um espaço em branco, na data de 14 de dezembro, porém são remotas as chances de o Brasil ocupar esta vaga. Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Belo Horizonte, as principais cidades interessadas em receber o evento, não avançaram nas negociações recentemente.
O maior obstáculo é encontrar investidores interessados em bancar os custos da organização. Diante das dificuldades econômicas enfrentadas pelo País, as prefeituras têm evitado se comprometer com o gasto para sediar a corrida de carros elétricos. "No final das contas, é uma questão de saber quem vai pagar pela corrida, sem usar dinheiro público", resume Lucas di Grassi, em entrevista ao Estado.
O piloto tem atuado nos bastidores para tentar trazer a corrida para o Brasil. "É um evento caro, grande, complicado. Mas, com certeza, vai gerar retorno para a cidade e para os patrocinadores. É uma questão de arrumar esta estrutura financeira", afirma o atleta, que detém os direitos comerciais para uma eventual etapa em São Paulo.
Ele, no entanto, diz não se preocupar com o retorno financeiro. "Estou tentando ajudar a trazer a corrida, independentemente de onde seja realizada." Di Grassi já desenhou traçados de rua, onde geralmente são realizadas as provas da F-E, na capital paulista, no Rio e também em Belo Horizonte.
No fim do mês passado, o governador de São Paulo, João Doria, disse que a capital paulista tem interesse em sediar a corrida e até afirmou aos jornalistas que haveriam "notícias sobre a Fórmula E nas próximas semanas". Porém, não deu detalhes.
Também no mês passado, o governo federal demonstrou publicamente ser favorável a uma etapa do campeonato em solo nacional. O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, chegou a se reunir com o presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), em Paris, antes de anunciar apoio ao Rio, Belo Horizonte e Brasília. Ele disse ter apresentado projeto das três cidades à entidade que regula o automobilismo mundial, mas não decide sobre etapas dos campeonatos.
Próximo de Jean Todt, o piloto Felipe Massa disse ao Estado que chegou a ser consultado pelo próprio presidente da FIA sobre as propostas apresentadas pelo ministro. "O Jean Todt estava com o ministro e eles me ligaram. A única coisa que fiz foi dar minha opinião e disse que seria interessante ter uma corrida aqui. E o ministro deu a entender que seria no Rio", afirma o ex-integrante do grid da F-1.
Apesar do interesse em ver uma corrida no Brasil, Massa diz evitar a atuação nos bastidores. "Eu sou um piloto. O que eu puder fazer pra ajudar usando a minha imagem, vou fazer. Mas não vou entrar no lado político. Não tenho experiência para isso", ressalta o brasileiro.