COLUNA DO PVC
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segunda-feira, 13 de novembro de 2017
Paulo Vinícius Coelho
Faltam cinco pontos
O tempo é um remédio incrível para a miopia. No início do segundo tempo, o técnico Reinaldo Rueda tirou Cuellar e escalou Vinícius Júnior. William Arão passou a ser o único volante do Flamengo, exatamente como aconteceu na derrota para o Vitória, jogo da demissão de Zé Ricardo. O sistema 4-1-4-1 não deu certo no segundo tempo contra o Palmeiras nem daquela vez contra o time baiano.
Dizia-se que Rueda havia solucionado o problema principal do Flamengo: a defesa. Nos últimos quatro jogos, três sofrendo gols, percebeu-se que isto é uma falácia. Moisés lançou, Rafael Vaz e Rhodolfo ficaram em linha, e Deyverson aproveitou para fazer 1 x 0.
No segundo gol, a saída de bola errada resultou em passe para Keno. Os zagueiros pediram impedimento inexistente, Keno chutou na trave, Deyverson fez 2 x 0.
"Rueda mudou o jeito do Flamengo jogar. O time ganhou amplitude pelos lados e é mais difícil de marcar", diz Mano Menezes. Nenhuma menção à defesa, supostamente ajeitada pelo colombiano. Mesmo com desfalques na zaga, os problemas do rubro-negro seguem os mesmos de antes.
O Palmeiras também continua em seu ritmo. Sem títulos, mas com a perspectiva de se classificar diretamente para a fase de grupos da Libertadores, auxiliado pela derrota do Botafogo e por vencer um rival direto, o Flamengo.
Taticamente, o time de Alberto Valentim é completamente diferente do de Cuca e prefere a posse de bola. Com Cuca, a equipe dava 350 passes, em média. Com Valentim, chegou a 610 contra o Cruzeiro. Neste domingo (12), menos: 320.
Foi o jogo com menos tempo de bola no pé, desde que ele assumiu. "Fizemos dois gols, mas precisamos ter mais controle do jogo", disse o meia Moisés na saída do primeiro tempo contra o Flamengo.
Precisa?
Este segue sendo o Brasileirão em que 73% dos jogos terminam sem vitória de quem conseguiu mais posse de bola.
A escolha do novo treinador para 2018 precisa ser cuidadosa. Pode ser Alberto Valentim, se o Palmeiras quiser um time que troque passes e envolva o adversário. "Primeiro eu tenho de pensar no conceito", diz o presidente Maurício Galiotte. "Já errei uma vez. Não posso errar a segunda", diz.
A frase do presidente indica que não faz sentido protestar contra os jogadores, como a torcida uniformizada fez. O erro do Palmeiras foi a troca de estilo três vezes, desde dezembro passado.
Quando Galiotte diz que não pode errar outra vez, significa atenção à escolha do técnico e do estilo de jogo. Sua ideia é o Palmeiras do ataque. Não jogará por uma bola.
Na vitória contra o Flamengo, o Palmeiras foi uma mistura do que Alberto pensa com o que sobrou de Cuca. Começou a vencer com um passe longo de Moisés para Deyverson. E auxílio precioso de Rafael Vaz, que falhou.
O segundo gol veio com marcação por pressão, como Cuca adorava e como Alberto Valentim também gosta. O Palmeiras agora sobe as linhas juntas, mais compactas. Não levou nenhum gol por causa desse estilo. Ao contrário, marcou neste domingo, porque roubou a bola perto da grande área do Flamengo.
A vitória aproxima da classificação para a Libertadores na fase de grupos. Nos últimos dois anos, o quarto colocado terminou com 62 pontos. O Palmeiras tem agora 57.
Quase salvo
O São Paulo chegou aos 45 pontos e está salvo. Ou quase. Porque só o Fluminense de 2013 terminou o ano rebaixado com 46. Foi letal no primeiro tempo contra o Vasco, mas não conseguiu fazer o jogo que gosta, com controle da bola. Marcou em saídas rápidas e foi dominado no segundo tempo.
Falta um jogo
O Brasileiro agradece a chance de o campeão poder levar a taça com uma vitória em casa. Para que isso aconteça, o São Paulo não pode tirar pontos do Grêmio, em Porto Alegre. Se o Grêmio vencer, o Corinthians só precisará vencer para se tornar o campeão diante de sua torcida.