TÓQUIO, JAPÃO (FOLHAPRESS) - O COI (Comitê Olímpico Internacional) decidiu retirar as credenciais de dois treinadores de Belarus. De acordo com a investigação realizada pela entidade, eles estão envolvidos no caso da atleta Kristsina Tsimanouskaia, que precisou deixar as Olimpíadas depois de criticar a federação de seu país.

Artur Shumak e Yuri Moisevich perderam o acesso que tinham às instalações esportivas das Olimpíadas de Tóquio. Também foi ordenado que eles deixassem a Vila Olímpica, onde estavam hospedados na capital japonesa.

Tsimanouskaia, 24, reclamou por ter sido escalada para uma prova de revezamento que não estava em sua programação e acabou sendo retirada das disputas individuais de que participaria. Levada ao aeroporto para retornar a Belarus, ela se recusou a embarcar, pediu ajuda do COI e acabou ganhando asilo político na Polônia.

A atleta teve auxílio de diplomatas poloneses no Japão e de membros do Fundo de Solidariedade ao Esporte Belarusso, um grupo de oposição ao regime do ditador Aleksandr Lukachenko. Viktor Lukachenko, filho do ditador, é o presidente do comitê olímpico do país.

O comitê belarusso apontou "discriminações" no processo que custou as credenciais de seus treinadores. Já Tsimanouskaia --que disse não ter intenções políticas em suas reclamações sobre a participação no revezamento-- afirmou que decidiu não voltar a Belarus após receber uma ligação de sua avó.

A atleta chegou à conclusão de que sua vida estaria em risco se ele retornasse a seu país, sob tensão política após as contestadas eleições do ano passado. Lukachenko se manteve no poder, e houve dura repressão aos dissidentes.

"Eu queria voltar para Belarus. Eu amo meu país. Eu não o traí e espero que possa retornar", disse Tsimanouskaia.

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