O meia Celsinho "promete ir até o fim" nos casos de racismo em que foi vítima nos últimos meses e deu entre esta quinta (2) e sexta-feira (3) sequência a mais algumas etapas. O jogador do Londrina registrou um boletim de ocorrência relacionado às ofensas do jogo contra o Brusque, em que foi chamado de "macaco', e compareceu ao Mistério Público em Londrina para prestar depoimento sobre os três episódios.

Imagem ilustrativa da imagem Celsinho faz B.O. e presta esclarecimento ao MP sobre casos de racismo
| Foto: Beno Kuster Nunes/Agif/Folhapress

Além de Celsinho, outras duas testemunhas (jogadores do Londrina) foram ouvidas pelo Ministério Público. A informação foi divulgada inicialmente pelo site Globoesporte.com.

Agora, a promotora do MP, Susana de Lacerda, que ouviu Celsinho e as testemunhas, irá repassar as declarações feitas nesta sexta (3) para as promotorias dos outros estados envolvidos (Santa Catarina, Goiás e Pará), que darão sequência aos processos.

"Ela vai instaurar um procedimento para cada caso para despachar para as promotorias competentes, de onde ocorreram os fatos", explicou a defesa do jogador. "Agora vamos esperar que se conclua o inquérito e ver quais serão as diligências tomadas pelo MP. Estamos preparando a ação de indenização dos três casos e a notícia de infração no STJD. A gente estava aguardando esses passos para entrar com o pedido com todas as provas reunidas até aqui", completou.

OS TRÊS CASOS

No dia 17 de julho, em jogo contra o Goiás, o narrador Romes Xavier e o comentarista Vinícius Silva, da Rádio Bandeirantes Goiânia, fizeram comentários racistas em relação ao seu cabelo e foram afastados de suas funções. Em 23 de julho, o meia voltou a ser alvo de injúria racial por Cláudio Guimarães, da Rádio Clube do Pará, que comparou seu cabelo a um ninho de cupins —ele também foi afastado. Contra o Brusque, Celsinho foi vítima de racismo pela terceira vez.

Já no último sábado (28), Celsinho relatou ao canal Premiere ter sido chamado de 'macaco' por um dirigente do clube catarinense; o vídeo em que é possível ouvir o grito foi postado pelo Londrina. O meia ainda foi ofendido com as palavras 'vai cortar esse cabelo seu cachopa de abelha', segundo a súmula do jogo.

Nesta sexta (3), o Brusque afastou por prazo indeterminado o funcionário envolvido no caso. O clube ainda informou que vai instalar câmeras de monitoramento com captação de áudio na arquibancada coberta do Estádio Augusto Bauer

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