RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) - A decisão da Justiça de Alagoas foi um assunto a mais, mas em nada mudou a organização da CBF em relação à eleição presidencial da entidade, marcada anteriormente para esta quarta-feira (23) de manhã.

Os planos seguem, o palco está preparado no auditório da entidade, mesmo com a liminar que suspende o pleito, conseguida após uma ação de Gustavo Feijó —um dos vice-presidentes que perderá o mandato com o pleito de agora.

Alguns pontos são usados como justificativa na CBF para não retroceder na eleição, que tem Ednaldo Rodrigues, atual presidente em exercício, como candidato único.

Um deles é a falta de intimação oficial, embora a imprensa já tenha noticiado da decisão da Justiça de Alagoas. Um segundo aspecto é que a CBF entende que estará, ao realizar a eleição, cumprindo uma decisão da Justiça do Rio (TJ-RJ), que é seu domicílio. Algo que irá de acordo com o que foi firmado também no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), construído junto ao Ministério Público do Rio (MP-RJ).

Isso não quer dizer que a CBF não vá se preparar para recorrer, mas, nos bastidores, há dirigentes que também não ligam para a decisão em Alagoas porque a multa por descumprimento é considerada pequena: R$ 50 mil. Sobre a questão financeira, o juiz, por outro lado, escreveu na sua peça que poderia majorar esse valor.

A decisão tem como efeito prático a manutenção de Gustavo Feijó como vice da CBF, suspende a eleição e mantém o mandato da chapa eleita em 2018 —da qual o próprio Ednaldo fez parte.

Agora isolado politicamente, Feijó está no Rio e planeja ir à CBF amanhã. Os presidentes de federações e clubes também ficaram na cidade. Todos estão se organizando para ir à sede da entidade pela manhã. Ednaldo conseguiu o apoio por escrito de 37 dos 40 clubes das Séries A e B. Ele ainda tem ao seu lado 26 das 27 federações —a Federação Alagoana, presidida por Felipe Feijó, filho de Gustavo Feijó, foge à regra.

Mas há um ponto ainda sensível: qual será a posição da comissão eleitoral diante disso tudo. Ela é composta por três membros independentes, todos advogados, e que podem decidir não correr risco ou se colocar diante de uma decisão judicial, mesmo em domicílio distante do Rio.