São Paulo - Apesar de protestos de alguns treinadores e de restrições impostas, federações nacionais e clubes na Europa fazem tudo para evitar a repetição do que aconteceu em 2020: a paralisação do futebol e o prejuízo de bilhões que isso acarretaria.

Messi foi infectado enquanto estava em Rosário, sua cidade natal na Argentina
Messi foi infectado enquanto estava em Rosário, sua cidade natal na Argentina | Foto: Franck Fife/AFP

Times das principais ligas do continente recebem notícias quase diárias de novos casos de Covid-19. Neste domingo (2), o Paris Saint-Germain informou que o atacante Lionel Messi, o defensor Juan Bernat, o meia Nathan Bitumazala e o goleiro Sergio Rico testaram positivo para o vírus.

Pouco depois, o Liverpool anunciou que o goleiro Alisson, o atacante Roberto Firmino e o zagueiro Matip não enfrentariam o Chelsea porque também estão com a doença.

Dirigentes acreditaram que uma paralisação no final de ano seria favorável para evitar a proliferação do vírus. Mas as férias não colaboraram em nada. Messi foi infectado enquanto estava em Rosário, sua cidade natal na Argentina. Participou de festas em que esteve com outras pessoas e sem máscara.

"Quando Lionel tiver um teste negativo vai viajar para a França, mas não sabemos mais sobre isso. Tudo depende deste teste. Vamos ver quando ele estará pronto para jogar", lamentou o técnico do PSG, o também argentino Mauricio Pochettino.

Para o Bayern de Munique, os casos do goleiro Manuel Neuer, do volante Corentin Tolisso e do meia-atacante Kingsley Coman aconteceram durante o período de descanso. Tolisso voltou para sua casa na França. Neuer viajou para as Ilhas Maldivas, e Tolisso estava em Dubai.

A cidade dos Emirados Árabes, país que vai receber o Mundial de Clubes em fevereiro, é preocupação também para clubes italianos. No período em que o campeonato do país esteve parado e os atletas receberam folgas, vários viajaram para a região no momento em que houve aumento de casos da variante ômicron.

Segundo a imprensa da Itália, Alvaro Morata, Dejan Kulusevski, Matthijs de Ligt, Leonatdo Bonucci (todos da Juventus), Theo Hernandez (Milan), Lautaro Martínez, Stefan de Vrij (ambos da Internazionale), Dries Martens (Napoli) e Gianluca Mancini (Roma) visitaram Dubai no período.

Não está claro se todos eles já foram testados na volta aos treinos. O recomeço da Série A, interrompida no mês passado, está programado para a próxima quinta-feira (6).

Os planos, por enquanto, são de seguir as rodadas agendadas normalmente na Espanha. É o que tem tentado fazer a Premier League inglesa. Ela estabeleceu protocolo para adiamento de jogos isolados, o que promete encavalar compromissos para algumas equipes nos próximos meses e irritou treinadores.

"A integridade da competição está comprometida", se queixou Sean Dyche, técnico do Burnley. O clube teve três partidas adiadas em dezembro e atuou apenas três vezes no último mês. Bem diferente do Chelsea, por exemplo, que manteve toda sua programação e entrou em campo oito vezes.

Cada país das principais ligas europeias adotou medidas para tentar conter os casos e evitar o prejuízo financeiro que significaria interromper os torneios.

A Alemanha decidiu voltar a fechar os estádios e proibir a entrada de torcedores. É o contrário do que acontece na Inglaterra até o momento, onde 100% da capacidade continua liberada.

A Itália havia reduzido a liberação do público para 75%, mesma porcentagem da Espanha. No retorno, haverá nova diminuição, para 50%.

Em maio do ano passado, em seu relatório The European Club Footballing Landscape, a Uefa estimou que os principais clubes do continente deixaram de arrecadar 7,2 bilhões de euros (R$ 45,6 bilhões em valores atuais) por causa da pandemia. Desse total, 3,6 bilhões de euros (R$ 22,8 bi) foram em perda de bilheteria, 2,4 bilhões de euros (R$ 15,2 bi) em patrocínios e 1,2 bilhão de euros (R$ 7,6 bi) em direitos de TV.