Paulo Pegoraro
De Cascavel
O Estádio Olímpico Regional de Cascavel foi inaugurado em 1982, e sua capacidade foi anunciada na época para 42 mil pessoas. Em um dos jogos inaugurais (Cascavel x Corinthians), o borderô oficial indicou público de 36.196 pessoas.
Na partida de abertura do Pré-Olímpico, terça-feira, o borderô da CBF indicou 10.801 pagantes; a observação visual indicava mais que o dobro deste público, e a Polícia Militar calculou-o em 22 mil pessoas. Haveria tantos ‘‘penetras’’ ou crianças (as com menos de 10 anos não pagam)? Afinal, qual é a capacidade do Olímpico?
A dúvida está para ser esclarecida. Na tarde de ontem foi feita medição completa das arquibancadas e contagem de cadeiras, através de agrimensores da prefeitura e acompanhamento de engenheiro indicado pela associação destes profissionais. O laudo deve ser apresentado segunda-feira. O prefeito em exercício, Eduardo Marassi, coordenador do apoio do município ao Pré-Olímpico, afirma que ‘‘é bom acabar com a polêmica sobre capacidade real e borderôs’’. As bilheterias do Pré-Olímpico, ao contrário do que ocorre em Londrina, são de responsabilidade da CBF.
Ninguém em Cascavel, entre os que estiveram no Olímpico, se conforma com o público ‘‘oficial’’, mas há uma questão paralela: o município tem a obrigação legal de cobrar o ISSQN que lhe é devido (há também incidência de INSS), na base de 5% da arrecadação das bilheterias.
Segundo Marassi, inicialmente funcionários da CBF alegavam que a entidade estava isenta do pagamento, em qualquer parte do País. Ildeberto Cadamuro, gerente de Fiscalização da Secretaria Municipal de Finanças, garante que ‘‘isso não existe, e a nós cabe cobrar’’.
Fora o aspecto tributário e a polêmica ‘‘quanto cabe’’, confirma-se em definito a perspectiva de que, depois da festa de abertura, naturalmente atrativa para os torcedores, o público no estádio seria bastante reduzido. Na segunda rodada, na noite de anteontem, foram apenas 1.170 pagantes. O repórter esportivo e apresentador de programa humorístico Carlos ‘‘Gallo’’ Stalmann (Rádio Capital) resume o entendimento geral: ‘‘Bem, então, pela lógica do borderô anterior, teria que aparecer assim: público – menos cinco mil pessoas...’’.