A Sociedade Esportiva Matsubara ainda não definiu aonde o time irá jogar pela 3.ªdivisão paranaense em 2011, embora Cambará (23,8 mil habitantes) tenha estádio para 12 mil espectadores, construído justamente pela Torcida Organizada do Matsubara (TOM). ‘‘Se for aqui, será melhor’’, afirma o dirigente Shigueo Matsubara, considerando a hipótese de outra cidade oferecer apoio, que diz não ter em Cambará.
  O Estádio Regional de Cambará (da TOM) contrasta soberanamente com os dois que o precederam, na Vila Rubim e Vila Sant’Ana, respectivamente da Associação Atlética Cambaraense e do Clube Esportivo Recreativo Operário. Estes, porém, fazem lembrar a tão celebrada prosperidade na década de 1950, motivo de um grande sucesso musical da dupla Palmeira e Biá, com a seguinte abertura: ‘‘Sou filho do norte do meu Paraná, nascido e criado lá em Cambará. Lugar de riqueza, miséria não há, quem quiser dinheiro é só trabalhar’’.
  Campeão do Norte Velho em 1951, a Cambaraense ‘‘tinha avião, um teco-teco, para buscar jogadores’’, recorda o professor Rinaldo Bernardelli, 83 anos, que lecionou Ciências durante 30 anos no Colégio Estadual. Também farmacêutico, Bernardelli foi vice-prefeito e vereador. Outra faceta: comentarista da ZYA-3 Difusora de Cambará. Assim, ao lado do narrador Onésio Pereira da Silva, transmitiu a decisão estadual em 1953, ano do centenário do Paraná. Foi em Curitiba e o árbitro, Vitor Marcassa, ‘‘deixou uma dúvida’’ ao não marcar o segundo gol da Cambaraense, alegando que já havia encerrado a partida; o Ferroviário venceu por 2 a 1 e ficou com o título.
  Em 1962, sendo campeã do Norte Pioneiro, a Cambaraense disputou o título estadual com o Coritiba (sul) e o Londrina (Norte Novo), que terminou em primeiro lugar.
  Bernardelli está na farmácia do amigo Osmar dos Anjos, 65 anos, outro memorialista. ‘‘Meu pai (Adelino dos Anjos) foi porteiro da Cambaraense, eu tinha seis anos e ia ao campo. Ele ficava recebendo os bilhetes e de olho em mim, havia muita briga’’, diz Osmar. Algumas histórias são ilustradas, graças ao acervo de fotografias e camisas de Ovanir dos Anjos, irmão de Osmar e um dos dirigentes da TOM. Entre 200 camisas de times brasileiros, estão as da Cambaraense (alviceleste), do Operário (vermelha e branca) e do Cambará Atlético Clube (sucessor dos dois primeiros), com listras verticais brancas e no tom cereja.