Um time de futebol ainda continua atuando com 11 jogadores. E isso não vai mudar. Mas as funções de cada um dentro de uma partida têm sido muito diferentes nas últimas décadas. Para alguns, o futebol está mais moderno; para outros, evoluiu. Mais ofensivo dependendo do esquema ou mais defensivo trocando o ataque pela não proposição do jogo como estratégia, há muitas terminologias que não explicam nada, de verdade. O futebol continua sendo daquele que consegue superar as deficiências do adversário, e ponto.

CAMPEONATO BRASILEIRO 2022 - BELO HORIZONTE, MG, 10.04.2022- ATLETICO (MG) X INTERNACIONAL (RS): Hulk do Atletico faz o segundo gol do Atletico e comemora muito, durante a partida entre o Atletico e o Internacional, valida pela 1ª rodada do campeonato brasileiro da serie A de 2022, realizada no Estadio Mineirao, na tarde deste domingo (10). Fotos: Fabio Barros/Agencia F8) (Foto: Fabio Barros/Agencia F8/Folhapress) ORG XMIT: 31015
CAMPEONATO BRASILEIRO 2022 - BELO HORIZONTE, MG, 10.04.2022- ATLETICO (MG) X INTERNACIONAL (RS): Hulk do Atletico faz o segundo gol do Atletico e comemora muito, durante a partida entre o Atletico e o Internacional, valida pela 1ª rodada do campeonato brasileiro da serie A de 2022, realizada no Estadio Mineirao, na tarde deste domingo (10). Fotos: Fabio Barros/Agencia F8) (Foto: Fabio Barros/Agencia F8/Folhapress) ORG XMIT: 31015 | Foto: Fabio Barros/Agencia F8/Folhapress

Mas explorar a deficiência do oponente tem dois caminhos: o primeiro é a estratégia a partir do conhecimento e estudo antecipado e o segundo é o improviso. Táticas, esquemas e variações são importantes, mas o fator individual continuará sendo sempre o charme e a grande emoção de uma partida. Conhecer o adversário é fundamental, mas desconstruir todo e qualquer desenho tático a partir do talento é que continua fazendo deste esporte algo empolgante.

Se o futebol evoluiu ou está mais moderno fica para particularidade de cada um analisar, eu penso que os esquemas vão e voltam e só mudam os nomes. De um 4-4-2 para um 4-3-3 ou 4-1-4-1 e 3-5-2, a grande mudança tem sido a exigência de jogadores mais versáteis e algumas posições/funções mudando drasticamente. Agora, o goleiro precisa saber sair jogando e não só recolocar a bola em jogo. Zagueiros altos e viris estão sendo preteridos por aqueles com mais velocidade e mais técnica. Os volantes, que já foram clássicos e muito criativos dos tempos de Falcão e Toninho Cerezo, por exemplo, passaram um período sendo mais desarmadores apenas. Hoje o camisa 5 “brucutu” não está tendo tanto espaço. A função do volante se tornou essencial para um modelo de jogo que exige eficiência na saída de bola. E temos volantes virando zagueiros exatamente por esta qualidade. Ou seja, nada tão moderno assim.

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Já tivemos os tempos dos “pontas”, que depois deram lugar a esquemas com dois atacantes e agora estão de volta com a denominação de “extremos”, mas que jogam com pés trocados: destro pela esquerda e canhoto pela direita. E o camisa “9” continua dentro da área esperando a bola chegar. Mas ele está sofrendo. Como os extremos jogam com pés trocados, sempre atacam por dentro e dificultam a vida do centroavante. Antigamente os ponteiros iam à linha de fundo. Hoje, não mais. A necessidade de criar espaços tem feito a função do centroavante se modificar.

Os três grandes times brasileiros na atualidade não têm um centroavante nato. No Atlético-MG o protagonista é Hulk (foto), que nunca foi um jogador de área. Diego Costa foi contratado na temporada passada e não conseguiu se firmar devido ao esquema do time mineiro. No Flamengo, Gabigol tem na movimentação a principal característica, e não fica preso à área. No Palmeiras, multi-campeão nas duas últimas temporadas, Deyverson e Luis Adriano não superaram efetivamente Dudu e Rony.

Os centroavantes estão acabando ou os esquemas estão acabando com os centroavantes?

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