SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Principal velocista da natação do Brasil na última década, Bruno Fratus não vai nadar o revezamento 4x100m livre nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Ele, que aparece cotado para medalha nos 50m livre, depois de três pódios seguidos em Mundiais, vai descansar para essa prova na Olimpíada.

Fratus não se classificou para ser convocado para o revezamento 4x100m livre, mas isso nunca foi impedimento para que, na "hora do vamos ver", ele nadasse a prova. No Mundial de 2017, em que o Brasil foi prata, ele fez a melhor parcial do time nas eliminatórias (47s60, largando lançado) e a segunda melhor na final (47s18), fechando para o Brasil em um duelo eletrizante com o americano Nathan Adrian.

No Mundial de 2019, em que o Brasil ficou em uma frustrante sexta colocação, Fratus foi o terceiro a nadar e também fez o melhor tempo da equipe (47s78). Por isso, havia a expectativa que ele ficasse à disposição do time para nadar ao menos a final na Olimpíada, naturalmente caso o time avance.

Mas isso não vai acontecer. Em Tóquio, a eliminatória do revezamento vai acontecer na noite de domingo (manhã de domingo no horário brasileiro) e a final no fim da sessão noturna de segunda (0h05 de segunda no Brasil), e as disputas dos 50m livre começam só na sexta-feira.

Há tempo de sobra para descansar, mas o problema não é esse. É o polimento. Raspando os pelos do corpo agora, para a prova do fim de semana, Fratus perderia sensibilidade até sexta, quando acontece sua prova principal. O que parece um detalhe pode fazer a diferença entre ficar dentro ou fora do pódio e a comissão técnica, que tem também a técnica e esposa dele, Michele Lenhardt, decidiu não arriscar.

Breno Correia, que é especialista nos 200m livre e havia feito índice também para essa prova, segue no caminho contrário, como já divulgou a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA). Nesse caso, como o revezamento e os 200m livre serão disputados na mesma sessão, Breno vai nadar apenas a prova por equipes. Ele saiu do balizamento dos 200m, dando lugar ao jovem Murilo Sartori, que tinha vindo a Tóquio apenas para nadar outro revezamento, o 4x200m livre.

Assim, a equipe do 4x100m livre do Brasil terá Gabriel Santos (que costuma abrir), Marcelo Chierighini, Breno Correia e Pedro Spajari. A expectativa é que o time dispute medalhas. Exceto Fratus, essa é a maior perspectiva da equipe brasileira, aliás.