A Acel (Associação Cultural e Esportiva de Londrina) sediou neste fim de semana o 32º Brasileirão de Softbol Interclubes Aberto Masculino e Feminino. A competição reuniu 86 equipes de diferentes clubes do País, duas equipes do Peru e 900 atletas. Durante os dias 26 e 27 de agosto, os 12 campos oficiais ficaram ocupados simultaneamente e as famílias dos atletas prestigiaram o evento, que teve reflexos nos serviços de hotelaria de Londrina.

O Brasileirão trouxe atletas de diferentes regiões do País e também duas equipes do Peru
O Brasileirão trouxe atletas de diferentes regiões do País e também duas equipes do Peru | Foto: Eduardo Murate/ Divulgação

O Brasileirão é uma tradição na Acel e considerado um dos maiores eventos de softbol do mundo. O campeonato foi disputado em várias categorias, no masculino e no feminino, e contou com jogadores de 18 até os 80 anos que compuseram os times e reforçaram. Mais de 200 partidas envolveram a participação calorosa dos torcedores. Presente desde a primeira edição, Jorge Maruo, 74 anos, é da equipe Central Glória, de Curitiba.

Seus netos, com idade de 19, quatro, três e um ano já integram a terceira geração de softbol e a data do evento está fixada no calendário de eventos da família. "Quando eu comecei estava trabalhando ainda com transporte e dirigia por todo o Brasil. Quando ia chegando perto do campeonato eu já ia mudando a rota, ajustando os compromissos. Na véspera, estacionava meu caminhão aqui na Acel e trocava a boleia pela bola", sorri.

Em dois dias, jogos foram realizados e ocuparam simultaneamente os 12 campos da Acel
Em dois dias, jogos foram realizados e ocuparam simultaneamente os 12 campos da Acel | Foto: Eduardo Murate/ Divulgação

Em cada placar do grande clube é possível observar os resultados, mas apesar do comprometimento dos times e da competitividade, a confraternização e interação entres os amantes do softbol cumprem papel fundamental no evento - que também ganha um número expressivo de voluntários em todos os setores. Como auxiliares de cozinha, em estandes de apoio a atendimento e em toda a organização lá estão trabalhando e dedicando-se pelo sentimento ao esporte e sua tradição.

ESPORTE ACOLHEDOR

Softbol é mais do que arremessar, rebater ou segurar. O espírito esportivo transcende o campo e a Acel, ao longo de todas as décadas de atividades, tem promovido a difusão do esporte, o respeito aos atletas e a adesão das famílias. A competição teve o prestígio de representantes do Paraná, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Brasília, Pará e duas equipes estrangeiras do Peru. Para o Presidente da Federação Paranaense de Softbol, Miguel Nishihara, a adesão se deve também à organização da Acel: "É o primeiro compromisso que agendamos e escolhemos o último fim de semana de agosto." O coordenador geral do evento, Paulo Hara, que já fora considerado o melhor rebatedor brasileiro, completa: "Porque historicamente não chove nesta data".

Paulo Hara, Motoshi Noda e Miguel Nishihara na Acel, sede do 32º Brasileirão de Softbol
Paulo Hara, Motoshi Noda e Miguel Nishihara na Acel, sede do 32º Brasileirão de Softbol | Foto: Walkiria Vieira

Da equipe de Dourados, Mato Grosso do Sul, o atleta Motoshi Noda, 81 anos, não entrou em campo neste ano. Mas fez questão de estar presente por conta da confraternização e das amizades que cultiva desde a década de 80. Noda sagrou-se na posição de receptor. Entre as recordações, conta a emoção de ganhar do time de Londrina, algo que parecia "inatingível".

PIONEIROS

A velha guarda destaca também o valor dos que deram o ponto de partida ao esporte em Londrina. O nome Seizi Miike é para todos digno de homenagens: "Ele é um grande precursor, está vivo e foi o primeiro a trazer materiais e nos apresentar o esporte e fazer com que permanecesse em nossa cultura", lembram Nishihara e Hara.

Prestigiar os novos jogadores é também uma alegria aos mais experientes
Prestigiar os novos jogadores é também uma alegria aos mais experientes | Foto: Divulgacao/Acel

O atleta Nilton Ishikawa levou para a camiseta de seu time o sobrenome da família. Os Ishikawa levam tão a sério o esporte que há integrantes na terceira geração e o time todo é composto por familiares. "Em campo são nove titulares e estamos com 28 no time, entre 18 e 65 anos. A adesão é tão grande que ano passado foram feitas 200 camisetas e acabamos transformando o evento esportivo em um encontro de família", celebra. Até minha irmã dele que mora nos Estados Unidos se programou para vir ao campeonato e rever todo mundo os parentes.

"O softbol exige disciplina e respeito à hierarquia. Conquistamos muitos adeptos e graças ao interesse dos venezuelanos que estão em diferentes regiões do Brasil, eles estão praticando e se desenvolvendo bem", conta Nishihara.

Time Amigos venceu a final categoria adulto na disputa contra o time de Maringá, Caimanera
Time Amigos venceu a final categoria adulto na disputa contra o time de Maringá, Caimanera | Foto: Eduardo Murate/ Divulgacao

Nesta edição, a final do Brasileirão ficou para decisão entre o time Amigos, de Londrina, e Caimanera, de Maringá. Trata-se da categoria adulto mais disputada do campeonato e o título de campeão ficou para os londrinenses. O evento tem premiações para todas as categorias, inclusive com troféus aos chamados cinquentões e setentões que seguem em plena atividade.