Rio – A final da Copa das Confederações que o mundo esperava será disputada neste domingo, a partir das 19 horas, no Maracanã, no Rio de Janeiro. De um lado, o pentacampeão mundial Brasil, que vive um período de afirmação após o retorno de Luiz Felipe Scolari ao comando da equipe, no final do ano passado. Do outro, a mágica Espanha, que ganhou tudo nos últimos anos: foi bicampeã europeia e campeã mundial em 2010, na África do Sul.
"São dois estilos parecidos, por gostarem de jogar. Equipes que não ficam muito atrás, saem para o jogo, gostam de atacar. Então, vai ser uma das melhores partidas da história. Sabemos que podemos cravar nosso nome no futebol brasileiro e mundial, sabemos da importância dessa partida. Precisa ter coração, ir até o limite, usar a inteligência. Vai ser uma partida que vai ficar para o resto da minha vida", apostou Neymar.
"Com certeza, será uma partida histórica não só no nível pessoal, mas também como seleção. Para quem gosta de futebol, vai ser o jogo mais esperado, um espetáculo, e deve causar alegrias para todas as pessoas. É um privilégio total poder participar desta disputa", acrescentou Sergio Ramos, defensor do Real Madrid.
Campanhas
As duas seleções fizeram campanhas parecidas na competição. O Brasil venceu os quatro jogos disputados – Japão (3 a 0), México (2 a 0), Itália (4 a 2) e Uruguai (2 a 1), na semifinal. Já a Espanha ganhou os três primeiros jogos – Uruguai (2 a 1), Taiti (10 a 0) e Nigéria (3 a 0) – e empatou com a Itália sem gols na semifinal, mas levou a melhor na cobrança de pênaltis.
A seleção brasileira leva uma pequena vantagem em relação à sua rival, já que atuou na quarta-feira em Belo Horizonte, enquanto os espanhóis jogaram no dia seguinte, em Fortaleza, e ainda tiveram que encarar um desgaste jogo com direito a prorrogação.
Felipão, no entanto, não acredita que houve favorecimento ao Brasil. "Nós sabemos que a Espanha, nessa Copa das Confederações, praticamente teve um jogo a menos porque no jogo contra o Taiti todos (os titulares) foram trocados. Os jogadores se recuperaram, então eles estão em perfeitas condições."
O espanhol Piqué parece concordar com o comandante brasileiro: "Acredito que o desgaste não terá grande influência. Vamos ter um dia a menos de descanso que o Brasil, mas acredito que será uma final muito bonita, protagonizada por dois times que jogam um grande futebol e acho que temos grandes chances de ganhar", avisou o zagueiro do Barcelona.
Padrão de jogo
Mesmo enfrentando a campeã do mundo, Scolari garante que a seleção brasileira não vai mudar o seu padrão de jogo. "A Espanha vem montada já há cinco ou seis anos, vem ganhando todas as competições que disputou nesses quatro, cinco anos. É uma equipe que está totalmente integrada, mas nós vamos jogar dentro do nosso estilo, da forma como estamos jogando", afirmou. "A gente vai jogar, vai enfrentar a Espanha respeitando a qualidade, mas tentando mostrar o nosso potencial, nossa qualidade. Nós chegamos na final, temos condições de superá-los nesse jogo final também", disse.
Uma das apostas da seleção brasileira para desbancar os espanhóis são seus laterais. Daniel Alves joga no Barcelona, equipe que tem nove jogadores na seleção rival - sete deles titulares -, desde 2008. Marcelo está no Real Madrid, time com quatro convocados pelo técnico Vicente del Bosque, três dos quais titulares, desde 2007. Ou seja, conhecem bem os adversários - e também são bastante conhecidos por eles. Podem passar, portanto, dicas importantes para Felipão e seus companheiros, mas não fazem segredos sobre o óbvio: o Brasil vai ter de jogar muita bola para ficar com o título.
"A maior virtude da Espanha é que cada jogador conhece as qualidades dos outros", avaliou Daniel Alves. "Teremos de jogar com intensidade e coragem. E temos de manter a bola, não podemos dar a posse para a Espanha, senão vamos correr muito atrás dela", completou o lateral.