Após discussão no campo, jogadores da Argentina foram para o vestiário
Após discussão no campo, jogadores da Argentina foram para o vestiário | Foto: Nelson Almeida/AFP

O duelo entre Brasil e Argentina pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo, na Neo Química, na tarde deste domingo (5), foi interrompido com apenas sete minutos de partida após a entrada de agentes da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) no gramado.

Após discussão no campo, que envolveu alguns atletas argentinos e profissionais do órgão sanitário, a equipe treinada pelo técnico Lionel Scaloni foi para os vestiários do estádio corintiano. Os brasileiros permaneceram no gramado.

Em comunicado publicado pelo Twitter, a Conmebol confirmou a suspensão do jogo "por decisão do árbitro da partida". Ainda segunda a nota, o árbitro e o comissário da partida levarão um informe à Comissão Disciplinar da Fifa, que deverá determinar os próximos passos, de acordo com o regulamento.

Horas antes do jogo, a Anvisa afirmou que atletas argentinos descumpriram regras de quarentena contra a Covid-19. Em nota divulgada neste domingo, a agência disse que acionou a Polícia Federal e que os argentinos devem ser imediatamente isolados.

Segundo a Anvisa, os atletas deram informações falsas e ocultaram que estiveram no Reino Unido nos últimos 14 dias. Viajantes que passaram recentemente por este e mais alguns locais (África do Sul, Irlanda do Norte e Índia) não podem entrar no Brasil, conforme regra adotada pelo governo federal para evitar a disseminação de variantes da Covid-19.

"Diante da confirmação de que as informações prestadas pelos viajantes eram falsas, a Anvisa esclarece que já comunicou o fato à Polícia Federal, a fim de que as providências no âmbito da autoridade policial sejam adotadas imediatamente", disse a Anvisa.

DEPORTAÇÃO

Os atletas Emiliano Martínez, Emiliano Buendia, Giovani Lo Celso e Cristian Romero atuam em clubes da Premier League e estiveram no Reino Unido nos últimos dias. Eles só poderiam ter entrado no país para o jogo das Eliminatórias após 14 dias fora dos locais sob restrição. De acordo com a agência, há "notório descumprimento" das regras sanitárias.

"Chegamos nesse ponto porque tudo aquilo que a Anvisa orientou, desde o primeiro momento, não foi cumprido. Eles tiveram orientação para permanecer isolados para aguardar a deportação. Mas não foi cumprido. Eles se deslocam até o estádio, entram em campo, há uma sequência de descumprimentos", disse, em entrevista à Globo, Antonio Barra Torres, diretor-presidente da Anvisa.

"Não tenho conhecimento da lei desportiva, não posso opinar sobre isso. O que sei do aspecto sanitário, é que esses quatro jogadores precisam ser deportados do Brasil. Serão autuados e multados por uma sequência de infrações sanitárias. A primeira infração foi não cumpri o isolamento, a anterior em responder de maneira fidedigna o questionamento do viajante, e agora jogando. Com mais de 500 mil mortos, no meio da pandemia, as ordens estão sendo descumpridas a mando não sei de quem", afirmou.

Atualizada às 17h28