Agência Estado
De São Paulo
Apesar de os jogadores e o técnico Radamés Lattari não admitirem, o favoritismo do Brasil a ficar com a vaga para a Olimpíada de Sidney, em setembro, no Pré-Olímpico, não é teórico. Sem Itápolis, cortado ontem do grupo de 12 jogadores inscritos, o Brasil estréia com a Colômbia, hoje, às 21 horas, no ginásio Lauro Gomes (Rede Globo). A Venezuela, amanhã, às 14 horas, e a Argentina, domingo, às 11 horas, são os outros rivais. Gustavo, Max e Giba, contundidos, foram mantidos no grupo. O técnico justificou a decisão dizendo que os médicos acreditam na recuperação dos atletas.
O apontado favoritismo brasileiro tem base nas estatísticas. O Brasil jogou cinco vezes contra a Colômbia desde 1961, com vitórias por 3 a 0. A seleção enfrentou a Venezuela 25 vezes, desde 1960, e ganhou todas, 24 delas por 3 a 0. Contra a Argentina, a seleção soma 57 vitórias e 12 derrotas, mas não perde para os rivais desde que o técnico Radamés Lattari assumiu há quase três anos, em 17 partidas jogadas.
A vaga olímpica é a motivação ‘‘mais do que necessária’’ para que o time encare os adversários com seriedade, na opinião de Radamés que já escalou, contra a Colômbia, o levantador Marcelino, com Marcelo Negrão de oposto, mais André e Douglas no meio-de-rede, Dante e Carlão, nas pontas, uma formação inédita. ‘‘Acabou aquela história de só ter seis titulares’’, justifica Radamés, garantindo que não está preocupado com o entrosamento dessa base, que ainda tem o líbero Paulinho. O técnico espera poder contar com alguns dos três jogadores em recuperação (Max, Giba e Gustavo) até domingo.
Radamés observa que todas as vezes que o Brasil disputa um Sul-Americano é o favorito. ‘‘Mas tenho certeza que há motivação’’, disse. ‘‘O torneio será em casa, vale vaga olímpica; se faltar seriedade é o caso de dar um tiro em cada um.’
Para o capitão Carlão, 34 anos, o grupo está consciente de que vai ter de jogar bem, ser superior a Colômbia, Venezuela e Argentina. ‘‘Não existe vitória de véspera’’, afirmou. ‘‘Todos terão muita seriedade.’ O atacante Marcelo Negrão, 27 anos, entende que nenhum jogador pode pensar que o Brasil é o favorito.
Contra a Colômbia, ‘‘um time de futuro’’, segundo Radamés, que faz um trabalho com jovens valores, apoiado por técnicos cubanos é preciso seriedade. ‘‘É importante respeitar todos os adversários’’, disse Negrão. Os destaques são o meio-de-rede Alexander Moreno, de 2,00 m e o oposto André Cortez, de 1,97 m.