Brasil disputa Olímpiadas Especiais
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sexta-feira, 23 de fevereiro de 2001
Julio Cesar Lima De Curitiba
Um grupo de quatro atletas curitibanos inicia no dia 26, uma viagem rumo aos Estados Unidos em busca de medalhas para o Brasil. São portadores de deficiência mental que praticam patinação de velocidade que integram a delegação de 47 atletas que vai competir nos Jogos Mundiais de Inverno das Olimpíadas Especiais, de 4 a 11 de março em Anchorage, Alasca.
A competição terá a participação de 80 países e são esperados cerca de três mil atletas. Os curitibanos Jubel Miranda Filho, 20 anos; Juliana Garcia, 16 anos; Miltom Simeone, 38 anos e Liliane Zeclhynski, 21 anos têm chances de conquistar o ouro, apesar da disputa ser em pista de gelo, pouco tradicional no Brasil.
O treinador da equipe brasileira, Paulo Roberto Prezibella acredita nessa possibilidade. Segundo ele, o desempenho de Jubel tem sido muito bom. Conforme o tempo que conseguir fazer, ele pode até conquistar a vitória antecipadamente, afirmou Prezibella.
A modalidade a ser disputada é dividida em três categorias, conforme o nível de habilidade dos atletas. Existe o grupo unificado, onde atuam portadores de deficiência juntamente com outros atletas. Esse grupo será representado por atletas do Distrito Federal e o regular, formado somente com portadores de deficiência, com representantes de Pernambuco.
Na patinação de velocidade o Brasil será representado pelos quatro paranaenses e dois de São Paulo, um do Rio de Janeiro e outro da Bahia. Apesar de treinarmos sobre piso a adaptação não será problemática, afirmou o treinador.
Na opinião de Jubel a patinação no gelo é melhor, pois dá mais velocidade. Prefiro o gelo do que o piso comum, que não deixa correr muito, disse Jubel, que assim como os outros três atletas venceu as etapas regional, estadual e nacional dos torneios de velocidade.
Jubel estuda na Escola de Educação Especial Tia Maria e patina desde os oito anos de idade. Ao contrário dele, Miltom Simeone, que disputa outra modalidade, pratica esse esporte há pouco tempo.
Estudante da Escola Menino Jesus, Simeone tem recebido bastante apoio. Recebi bastante incentivo para continuar nesse esporte, mas nunca havia pensado em um dia viajar para tão longe disputar um torneio, concluiu.
As Olimpíadas Especiais acontecem desde a década de 1960, mas o Brasil começou sua participação a partir de 1993. O País tem tradição de medalhas e recentemente foi campeão de várias modalidades nos jogos realizados em Toronto, no Canadá.
