RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) - A queda de receita devido à pandemia do novo coronavírus teve reflexos diretos na situação financeira do Botafogo e pode fazer com que a transformação do departamento de futebol em S/A tenha uma urgência ainda maior. Apesar de, internamente, haver um entendimento de que o atual cenário teve aspectos positivos, também se enxerga a necessidade de tirar o projeto do papel o quanto antes.

O clube já atravessava um momento delicado nas finanças quando houve a suspensão das atividades. A ausência de partidas teve consequências, além do fato de o Azeite Royal, patrocínio master, ter rompido o contrato com o Botafogo de forma unilateral.

Em relação ao projeto, existe um tom de otimismo, uma vez que, com o real desvalorizado, também há uma queda no valor da dívida, o que pode atrair investidores.

Apesar disso, Carlos Augusto Montenegro, um dos homens fortes do comitê de futebol e um dos responsáveis pela transição para clube-empresa, admitiu, recentemente, que o Botafogo precisa de uma definição até o meio do ano.

"Temos que resolver isso de qualquer jeito até o meio do ano, com ou sem pandemia. Não vamos aguentar esse ritmo até o final do ano. Acredito que a 'Botafogo S/A' saia em curto prazo. Ou sai até julho ou não sai. E aí não sei o que vai acontecer", disse em uma transmissão do "Canal do Fabiano Bandeira".

Um dos pontos que a diretoria vê como preocupante é o fato de não estarem entrando novas receitas e as já recorrentes estarem penhoradas por conta de antigos débitos.

No começo do mês, o clube demitiu funcionários, apontando que "a decisão do Conselho Diretor foi tomada considerando as implicações orçamentárias com a vertiginosa queda de receitas, bem como o cenário que se desenha para os próximos meses no âmbito esportivo, econômico e na rotina da sociedade em geral".