Biagini nega que seja 'gato'
PUBLICAÇÃO
sábado, 22 de janeiro de 2000
Fernando Tupan
De Cascavel
Se a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) queria criar polêmica ao levantar suspeita de que o atacante Leonardo Biagini fosse gato, conseguiu. Os argentinos não gostaram das declarações e retribuíram a acusação falando que adulterar documentos é coisa bem brasileira. Para provar, citam as denúncias sobre o caso Sandro Hiroshi, do São Paulo; Rodrigo Gral, do Grêmio; e Leonardo Bell, do Botafogo de Ribeirão Preto.
O ambiente da seleção da Argentina não foi afetado com a suspeita. Muito pelo contrário serviu para descontrair. O fato acabou sendo encarado como a grande piada do dia, tanto para o jogador, como Comissão Técnica e jornalistas que fazem a cobertura da Argentina no Pré-Olímpico.
Biagini respondeu à acusação com um sorriso e uma provocação. Acho que mais uma vez o técnico brasileiro Wanderley Luxemburgo está com medo que eu faça outros gols contra o Brasil em partidas finais. O centroavante se referiu a um dos gols que marcou na final do Mundial Sub-20, disputado no Quatar, em abril de 1995, quando os argentinos venceram por 2 a 0.
O técnico José Pekerman achou graça da desconfiança brasileira. O Biagini não é gato. A CBF precisa se informar. No meu time só jogam atletas nascidos a partir de 1º de janeiro de 1977. Segundo os jornalistas argentinos, o atacante foi para o Mundial de 95 como um dos mais jovens do grupo. Eu nasci em 13 de abril de 1977. Tenho 22 anos, falou o atacante, buscando encerrar o assunto.
O assessor de imprensa, Ricardo Cruz, assegurou que nenhuma ação será tomada, mas foi ácido na sua resposta. O Brasil já usou muitos gatos. Nós não estamos acostumados a fazer adulteração de idades dos nossos jogadores. O mesmo não se pode falar dos nossos acusadores, disse, lembrando que o passaporte do atleta se encontra na concentração de Toledo.
Independente dos problemas criados pela CBF, Pekerman comandou um treino tático e técnico, com portões fechados. A expectativa era corrigir alguns pontos fracos demonstrados no empate de 1 a 1 contra o Peru na última quinta-feira. Temos tempo para corrigir nossos defeitos. Na partida de terça-feira, contra a Bolívia , estaremos bem melhores, garantiu Pekerman.