Bebeto, campeão, só pensa agora em descansar
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quarta-feira, 02 de dezembro de 1998
Agência Estado
Bebeto de Freitas era a expressão do cansaço na sua chegada ao Brasil, depois da conquista do Campeonato Mundial de Vôlei como técnico da Itália. A longa viagem de 23 horas entre Tóquio e São Paulo não foi o único motivo de sua exaustão. O treinador também mostra os sinais do desgaste a que tem sido submetido nos últimos anos por defender condições ideais de trabalho no vôlei. Agora, diz ele, chegou a hora de um breve descanso. O técnico sorri ao falar sobre seu futuro próximo. Estou voltando para casa, diz, garantindo que não voltará a trabalhar fora do Brasil. A primeira providência no retorno será passar mais tempo com a família.
O futuro no vôlei está indefinido. Tudo o que sei é que devo jogar vôlei de praia em Ipanema ou na Barra durante o verão, diz, sorrindo. As férias acabam em fevereiro. Depois não sei, ainda estou com a cabeça quente. Nenhum projeto está descartado, nem mesmo dirigir uma equipe profissional.
Bebeto admite que a estrutura do vôlei italiano foi um dos motivos da vitória no Mundial, mas não esconde os problemas enfrentados no tempo em que foi técnico. Em determinado ponto, a política passou a tomar conta, diz. Um agia para prejudicar o outro, em vez de todos trabalharem em função do melhor para o vôlei italiano.