O piloto brasileiro Alexandre Barros havia previsto na quinta-feira que, caso não chovesse, muitos pilotos conseguiriam diminuir o tempo que fizera – 1min51s873. De fato, ontem, com tempo nublado, mas sem chuva, sete pilotos conseguiram superar a marca. O italiano Max Biaggi larga na pole. O piloto da Yamaha conseguiu o tempo 1min51s058 para superar Barros que, uma volta antes, marcara 1min51s290.
O brasileiro larga na primeira fila, em segundo lugar na prova de hoje às 14 horas, no Autódromo Nelson Piquet, em Jacarepaguá, Rio. ‘‘Comemorei quando consegui o melhor tempo. Mas, logo em seguida, vi que tinham abaixado’’, afirmou Barros. ‘‘O importante é que estamos bem perto (do líder) e competitivos.’’
O piloto brasileiro está preocupado com o desempenho do pneu dianteiro de sua moto, considerado ainda longe do ideal. ‘‘Não encontramos o pneu que nos deixasse satisfeito. A durabilidade (do pneu) está problemática. Praticamente mantivemos o acerto de ontem. Vou me reunir com a equipe e ver uma maneira de melhorar.’’
Quem não foi bem nos treinos de ontem foi o líder da classificação geral, Kenny Roberts Jr. O norte-americano fez apenas o sétimo melhor tempo. ‘‘Foi meu pior classificatório este ano’’, afirmou o piloto da Suzuki. ‘‘Nós ainda estamos procurando colocar potência no motor, como tivemos o ano inteiro. A corrida será amanhã (hoje). E, se chover, será bom para nós’’, afirmou o norte-americano.
Se depender disso, Roberts Jr. pode adiar seu sonho de conquistar o título. A previsão do tempo para hoje no Rio é de céu nublado, mas sem chuvas. Filho do ex-piloto Kenny Roberts, tricampeão das 500 cc., o norte-americano está muito próximo de inaugurar uma nova dinastia na categoria. Caso chegue entre os seis primeiros, independentemente dos resultados de seus concorrentes, Roberts Jr. conquista o título.
Valentino Rossi, que conseguiu o título das 250cc exatamente no Rio, no ano passado, é o perseguidor mais próximo de Roberts Jr., que está com 214 pontos. O italiano está em segundo lugar na classificação geral, com 148 pontos.
Para conquistar o título, Rossi – que larga hoje na primeira fila, em quarto lugar – deve ganhar as três corridas que faltam até o fim da temporada e ainda torcer contra Roberts Jr.
Depois do GP Brasil, serão disputadas as provas em Motegi, no Japão, na semana que vem, e em Phillip Island, na Austrália, no final do mês.
Parceria – A Vadam Internacional, empresa promotora do GP Brasil, anunciou ontem uma parceria com a CBM (Confederação Brasileira de Motociclismo) para a realização de um campeonato de 125cc que servirá como formação de novos pilotos brasileiros. A categoria terá a supervisão da Dorna, empresa com sede na Espanha, que, desde 1993, organiza os Mundiais de motociclismo.
A preocupação de Moacir Galo, diretor da Vadam, é a descoberta – o mais rápido possível – de algum novo piloto brasileiro capaz de substituir Alexandre Barros.
O brasileiro, que completa 30 anos no dia 18, pode mudar, no ano que vem, para a Superbike, categoria que agrega motos com 600cc ou mais. Barros – único representante brasileiro na categoria – corre nas 500cc há dez anos e, até agora, não tem substituto.