comentou o tático brasileiro da equipe Prada.Por Ary Pereira Jr Auckland, 20 (AE) - A ansiedade da torcida neozelandesa com o adiamento da primeira regata por causa da falta de vento, foi compensada com uma vitória de ponta a ponta na estréia do barco NZL 60 na final da Americas Cup, no golfo de Hauraki, a parte mais larga do canal que une a cidade de Auckland à saída para o Pacífico Sul. O time neozelandês esteve na frente dos italianos da equipe Prada nos seis trechos de aproximadamente seis quilômetros percorridos entre as duas bóias que formam a raia e acabaram cruzando a linha de chegada com uma vantagem de 1m17s, depois de 2h21m33s de prova. A largada precisa e a impecável velejada dos donos da casa impediram que os tripulantes do Luna Rosa/Prada tivessem chance de recuperação durante a regata. Conformado com a vitória do adversário, o tático do time desafiante, o brasileiro Torben Grael, disse que o sorteio para as posições de largada beneficiou os neozelandeses. "A regata foi decidida no começo, uma consequência da posição de largada. Eles ficaram com a direita e o vento estava fazendo mais pressão em cima deles. Isso não e muito comum por aqui. Só tivemos uma pequena chance no começo, mas eles se defenderam muito bem". O sorteio para a largada é feito apenas na primeira regata. A partir de agora as posições irão se alternando a cada prova. Independente da eventual ajuda do vento, o barco que sai à direita tem a vantagem teórica de se posicionar entre o inimigo e a bóia no momento do retorno, diminuindo o tamanho do percurso oval, como se um corredor estivesse na raia interna de uma pista de atletismo e o adversário dele, na externa. Apesar de conhecer bem o potencial dos neozelandeses, Torben Grael acha que ainda é cedo para se tirar alguma conclusão ou fazer previsões. "Com apenas uma regata, fica difícil de se dizer qualquer coisa. Só posso falar que ficou claro que o barco deles tem mais velocidade e o nosso, maior facilidade para algumas manobras. São dois veleiros de características opostas. Eles velejam juntos há dez anos, mas em condições normais a gente pode endurecer e ganhar deles". Mais de mil barcos, a maioria com lotação máxima, estiveram ao redor da raia do golfo de Hauraki, com cerca de 35 mil torcedores a bordo. A polícia, em botes infláveis cinza, teve muito trabalho para manter limpa a área de regata. "Correr com todo esse público é fantástico, mesmo que seja contra. Mas não podemos nos queixar. Durante as finais da Louis Vuitton eles estavam a nosso favor"