São Caetano do Sul - Com apenas 12 anos de vida, o São Caetano chega à sua primeira final de Taça Libertadores e quer buscar um título inédito sem deixar de lado a sua torcida. Por isso, o presidente do clube, Nairo Ferreira de Souza, vai solicitar à Confederação Sul-Americana que autorize a realização da final no estádio Anacleto Campanella, no ABC, dia 31.
Depois de derrubar o América, no México, com empate em 1 a 1 na terça-feira, o time espera por Grêmio ou Olímpia, que jogariam ontem à noite. As finais serão realizadas nos dias 24 e 31 de julho, com o segundo jogo sendo disputado com mando do São Caetano. Caso enfrente o Grêmio, será a primeira vez na história que haverá uma final entre dois clubes do mesmo país. O regulamento foi alterado na temporada 2000.
O pedido do São Caetano confronta o regulamento, que prevê a final num estádio com capacidade mínima para 40 mil pessoas. No caso, o São Caetano teria que jogar no Morumbi, mesmo porque o Pacaembu não comporta este público. Oficialmente é destinado para 37 mil torcedores.
O Anacleto Campanella tem capacidade máxima de 25 mil torcedores, o que já causou polêmica na final do Campeonato Brasileiro do ano passado. ''Se já fizemos a final do Brasileiro em casa, porque não podemos decidir a Libertadores?'', compara o dirigente, que chega hoje do México. Ele apresenta ainda outro argumento que considera muito forte. ''Se jogarmos tanto no Morumbi como no Anacleto, vamos ter 90% da torcida a nosso favor. Será um jogo diferente, por exemplo, entre Corinthians e Palmeiras, que envolvem duas grandes torcidas locais'', explica Nairo, que pretende prestigiar a torcida da cidade.
Além disso, o clube tem apoio integral da prefeitura. Mas a confiança dos jogadores e da comissão técnica é tão grande que esta polêmica está bem distante. ''Isso não é o mais importante. O que interessa é o grupo manter a mesma determinação e vontade de ser campeão. Estamos maduros o suficiente para buscar este título'', reforça o técnico Jair Picerni. Ele também, mesmo sem abrir o jogo, já adiantou que preferiria enfrentar o Grêmio na final, por se tratar de um adversário bastante conhecido. Mas faz questão de deixar bem claro que ''um time que pretende ser campeão não pode escolher adversário e nem ter medo de ninguém''.
Ontem, os jogadores tiveram o dia todo livre na Cidade do México. Alguns até se arriscaram a sair para as compras. A maioria ficou descansando no hotel. A delegação deixou a capital mexicana às 21 horas.