Atletismo, tênis de mesa e natação garantem medalhas ao Brasil
Brasileiros conquistaram três ouros e quatro bronzes no segundo dia de competição
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sexta-feira, 30 de agosto de 2024
Brasileiros conquistaram três ouros e quatro bronzes no segundo dia de competição
André Fontenelle Folhapress
São Paulo - No segundo dia dos Jogos Paralímpicos de Paris, o atletismo, o tênis de mesa e a natação - três das modalidades mais vitoriosas do país na história do evento esportivo -, garantiram mais sete medalhas para o Brasil. Foram 3 ouros e quatro bronzes.
Destaque para o atletismo que faturou três medalhas de ouro.
Na pista do Stade de France, o paulista Júlio César Agripino, 33, conquistou a primeira medalha de ouro do Brasil no atletismo na capital francesa na prova dos 5.000m, na classe T11 (deficiências visuais). Agripino completou a prova com o tempo de 14min48s85, novo recorde mundial e paralímpico da distância.
"Estou muito feliz, é muita emoção ser campeão paralímpico e quebrar o recorde mundial. Mostra a força da periferia, comecei a treinar só tinha um campinho. Mas com muita força e determinação eu consegui vencer, sempre tem altos e baixos na vida, mas agora sou campeão paralímpico. Dedico também essa medalha para o meu avô", disse Agripino.
O sul-matogrossense Yeltsin Jacques, 32, que havia ficado com o ouro em Tóquio-2020 e era o recordista até então, desta vez levou o bronze, com o tempo de 14min52s61. O japonês Kenya Karasawa ficou com a prata (14min51s48).
Em um intervalo de dez minutos, o Brasil conquistou duas medalhas de ouro paralímpicas nos 100 metros rasos, no Stade de France.
Ricardo Mendonça venceu na categoria T37 (paralisia cerebral), com um tempo de 11s07, e Petrúcio Ferreira dos Santos ganhou o tricampeonato paralímpico logo depois, na T47 (amputação ou disfunção dos membros superiores), com 10s68.
Mendonça tinha um bronze nos 200 metros nos Jogos de Tóquio, em 2021, mas foi ouro no Mundial de Kobe, no Japão, este ano. Na prova, ele começou atrás do indonésio Saptoyogo Purnomo, mas deixou o rival para trás no terço final.
"A minha saída não é tão boa assim. Eu saio com a perna que tem deficiência na frente e ela não empurra tanto quanto poderia. Mas do segundo toque em diante ela começa a responder bem. Então, foi tudo dentro do que eu poderia fazer", afirmou Mendonça. "Estou muito feliz e vamos trabalhar para tentar baixar mais este tempo", acrescentou.
O paraibano Ferreira comemorou a seu estilo, com o chapéu de couro tipicamente nordestino. Ele já tinha vencido no Rio, em 2016, e em Tóquio, em 2021.
TÊNIS DE MESA
No tênis de mesa, o Brasil garantiu mais duas medalhas nesta sexta-feira.
A dupla formada pelas paulistas Cátia Oliveira e Joyce Oliveira foi derrotada pelas sul-coreanas Su Yeon Seo e Jiyu Yoon por 3 sets a 0 (11/6, 11/9 e 13/11) nas semifinais da categoria WD5.
Como não há disputa pelo terceiro lugar, Cátia e Joyce asseguraram o bronze.
A segunda medalha do país na modalidade veio com a vitória da dupla Bruna Alexandre e Dani Rauen pelas quartas de final contra as ucranianas Maryna Lytovchenko e Iryna Shynkarova por 3 sets a 0, parciais de 11/4, 11/2 e 11/3.
Bruna Alexandre, que foi bronze individual e por equipes nos Jogos do Rio, em 2016, e prata individual em Tóquio, em 2021, é a primeira atleta do Brasil, homem ou mulher, a disputar os Jogos Olímpicos e Paralímpicos no mesmo ano.
O tênis de mesa brasileiro tem agora 10 medalhas na história das Paralimpíadas, sendo a quinta mais vitoriosa do país na competição.
Já as duplas formadas por Danielle Rauen e Luiz Manara e por Bruna Alexandre e Paulo Salmin foram eliminadas nas quartas de final nas duplas mistas na categoria XD17.
NATAÇÃO: BRONZE
A natação brasileira, que subiu ao pódio três vezes no primeiro dia de competições, faturou mais um bronze nas piscinas da Arena La Défense nesta sexta-feira. O catarinense Talisson Glock, 29, chegou na terceira colocação nos 200m medley com o tempo de 2min39s30. O ouro ficou com o chinês Hong Yan (2min37s31), e a prata, com o colombiano Nelson Corso Crispin (2min38s04).
É a sexta medalha de Glock nas Paralimpíadas. O nadador, que perdeu o braço e a perna esquerdos após ser atropelado por um trem aos nove anos, conquistou ouro nos 400m livre e bronze nos 100m livre e no revezamento 4x50m livre em Tóquio-2020; e prata no revezamento 4x50m livre e bronze nos 200m medley na Rio-2016.
A natação é a segunda modalidade que mais ganhou medalhas para o Brasil nas Paralimpíadas, com 129 - 41 de ouro, 40 de prata e 48 de bronze.
VITÓRIA MASCULINA E DERROTA FEMININA NO GOALBALL
No goalball, a seleção masculina, atual campeã paralímpica, venceu nesta sexta o time dos Estados Unidos por 13 a 8. Os brasileiros já haviam estreado na véspera com vitória contra a França (8 x 5).
Foi a primeira vitória contra os Estados Unidos nos Jogos —eram três derrotas até aqui.
"Tivemos as experiências das últimas Paralimpíadas, eles são uma equipe que sabe jogar esse tipo de competição. E aqui não foi diferente. Se você pegar o resultado das últimas competições, foram placares mais elásticos. Eles acharam bolas boas no primeiro tempo, tivemos dificuldade para achar o tempo de bola, mas fomos fazendo ajustes e, no segundo tempo, conseguimos impor nosso jogo. E foi bom derrubar esse tabu", afirmou o ala/pivô paraibano Emerson, 25.
No sábado, às 12h30, está prevista a terceira e última partida pela fase de grupos, contra o Irã.
Já a seleção feminina, que estreou com um empate por 3 a 3 contra a Turquia, foi derrotada nesta sexta-feira por Israel (8 x 4). A equipe volta a quadra no sábado contra a China, às 9h45.
O goalball é disputado por oito países divididos em dois grupos. Todos avançam às quartas de final, com os primeiros colocados enfrentando os quartos, e os segundos pegando os terceiros melhores classificados.
TRÊS BRASILEIROS DISPUTAM SEMIFINAIS NO TAEKWONDO
No taekwondo, o Brasil terá três representantes nas semifinais, no período da tarde.
Bronze em Tóquio-2020, a paraibana Silvana Fernandes, que perdia sua disputa pelas quartas contra a nepalesa Palesha Goverdhan por 5 a 1, conseguiu a virada nos últimos segundos e venceu por 18 a 0, na categoria até 57 kg.
Na disputa até 65 kg, a mineira Ana Carolina Moura venceu a grega Christina Kentzou por 11 a 7 e também assegurou vaga nas semifinais, assim como o paulista Nathan Torquato, que venceu o iraniano Saeid Sadeghianpour por 22 a 10 na categoria até 63 kg masculina.