SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O excelente 2021 do Atlético Mineiro o pôs entre os dez primeiros colocados do Ranking Folha do futebol nacional. Vencedor do Campeonato Mineiro, do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil, o time alvinegro passou a figurar no top 10 da lista, publicada anualmente desde 1996.

Foram 47 pontos obtidos na temporada em que o clube alcançou pela primeira vez a tríplice coroa. A escalada começou no Estadual, que valeu 7 pontos, e teve sequência no triunfo no Nacional de pontos corridos, com mais 25. Outros 15 chegaram no mata-mata da Copa do Brasil.

O Atlético, assim, chegou aos 687 pontos. Assumiu a décima colocação e deixou para trás o Fluminense, que em 2021 contabilizou apenas 7 pontos, referentes à segunda colocação no Campeonato Carioca. A formação das Laranjeiras, que não comemora um título nacional desde 2012, agora tem 670 pontos.

Já a agremiação alvinegra de Belo Horizonte voltou a celebrar um triunfo no Brasileiro depois de 50 anos. Foram cinco décadas de jejum na competição após a conquista de 1971, espera que ampliou o sabor da vitória.

"Meu sonho era isto aqui", afirmou o técnico Cuca, apontando uma bandeira do clube com a estrela referente à primeira conquista nacional. "Era tirar esta estrelinha aqui, botar um pouco para o lado, e colocar mais uma."

A diretoria acabou decidindo manter a camisa com apenas uma estrela. O que não foi um problema para Cuca: seu sonho não era literalmente a "estrelinha", mas ver o Atlético campeão brasileiro de novo após tanto tempo.

Responsável por guiar a equipe aos três troféus do ano passado --e marcado também por ter sido o comandante na glória na Copa Libertadores de 2013--, o treinador se despediu na virada para 2022, apontando problemas familiares. Foi substituído pelo argentino Antonio Mohamed, conhecido como El Turco, que já levantou sua primeira taça em preto e branco.

No mês passado, o Atlético conquistou a Supercopa do Brasil em duelo de jogo único com o Flamengo. Após empate por 2 a 2 nos 90 minutos, levou a melhor na disputa por pênaltis, 7 a 6, e fez a festa na Arena Pantanal, em Cuiabá.

O resultado já assegura mais cinco pontos à equipe na edição 2022 do Ranking Folha, a ser publicada no fim deste ano. Os números de 2021 ficaram para 2022 porque o calendário do ano passado se estendeu até fevereiro, com a realização do Mundial e a vitória do Chelsea sobre o Palmeiras.

Mas será necessário um ano ainda mais extraordinário para a agremiação mineira subir novamente no ranking. É grande a diferença para o Vasco, nono colocado, que está 70 pontos à frente --embora viva estendida fase difícil e esteja na segunda divisão.

O Ranking Folha do futebol nacional, publicado há 25 anos, é uma classificação histórica do desempenho dos times brasileiros. Ele distribui pontos por títulos e vice-campeonatos em competições estaduais, regionais, nacionais e internacionais de primeira divisão. Desde a primeira edição, de 1996, a lista passou por modificações, correções e revisões. A última grande revisão ocorreu em 2010.

Perguntas e respostas sobre o Ranking Folha

Desde quando o Ranking Folha de futebol é feito?

A primeira edição do ranking nacional é de 1996. Desde então, a lista passou por modificações, correções e revisões. A última grande revisão ocorreu em 2010. O ranking mundial começou a ser publicado em 2002 e segue as mesmas diretrizes da lista nacional.

Quem entra no Ranking Folha?

No ranking nacional só aparecem times que somaram pontos (foram campeões ou vice) em competições nacionais ou internacionais. No ranking mundial, apenas aqueles que pontuaram em torneios internacionais.

Quais são os torneios considerados?

Para entrar no ranking, um torneio precisa ter grande representatividade, cunho oficial e sequência. Assim, campeonatos disputados só uma vez e sem perspectiva de novas edições, como os supercampeonatos realizados em alguns estados em 2002, são desconsiderados. Também não rendem pontos para o ranking torneios como Copa Rio,

Copa Suruga e Florida Cup, entre outros.

Por que os Estaduais de Rio e São Paulo valem mais?

Rio e São Paulo possuem os dois mais tradicionais e fortes campeonatos estaduais do país, por isso rendem mais pontos no ranking. Na sequência, estão os estaduais de Minas Gerais e Rio Grande do Sul, que também contam com equipes de grande destaque no cenário nacional. Há ainda um terceiro nível em que estão os estaduais com times que frequentemente estão na elite do futebol brasileiro e, por último, campeonatos de estados com menor tradição no cenário do futebol nacional.

Por que o Brasileiro de 1987 é contabilizado tanto para o Flamengo quanto para o Sport?

O ranking tenta levar em conta tanto o aspecto oficial quanto o aspecto técnico dos campeonatos considerados. Pelo aspecto oficial, como já decidido pelo STF, o campeão é o Sport. Porém, pelo aspecto técnico, é inegável o mérito do Flamengo como campeão do Módulo Verde, que reunia os principais times do país. Por isso, ambos são considerados.

Por que torneios disputados por apenas dois clubes, como a Recopa Sul-Americana, não dão pontos ao vice?

Toda equipe que participa de um torneio como esse já foi bonificada, já que ele reúne vencedores de competições prévias. Não seria lógico ter um time pontuando onde só fracassou.

Por que o título paulista do São Paulo da Floresta não é computado para o São Paulo?

São consideradas as conquistas a partir da última fundação dos clubes. Em caso de fusões, como a do Paraná, não valem as conquistas dos times que deram origem à nova equipe.

Campeonatos de segunda divisão valem pontos?

Não. O ranking tem como meta premiar a excelência, e campeonatos de divisões inferiores têm como maior função distribuir vagas para a divisão de elite.