SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O Athletico-PR forçou, mas não saiu do 0 a 0 com o Estudiantes em jogo válido pela ida das quartas de final da Libertadores, disputado na noite desta quinta-feira (4) dentro da Arena da Baixada, em Curitiba (PR).

A partida ficou marcada por uma polêmica envolvendo um pênalti para os paranaenses ainda no primeiro tempo. Árbitro da partida, Jesús Valenzuela chegou a assinalar uma mão na bola de Godoy em cabeceio de Cuello, mas foi chamado por Julio Bascuñan, responsável do VAR, e anulou a própria decisão.

Já na etapa final, um gol do zagueiro Thiago Heleno após cruzamento de Khellven também foi invalidado após intervenção do árbitro de vídeo, que captou impedimento do lateral.

O início da partida ficou marcado pelo forte ritmo imposto pelas duas equipes, que abdicaram de "estudar o adversário" e engataram boas jogadas ofensivas.

Os argentinos, no entanto, chegaram com mais perigo. Aos cinco minutos, Castro recebeu lançamento em infiltração e bateu na rede pelo lado de fora do gol dos paranaenses — o lance foi invalidado por impedimento.

Aos 16 minutos, o Estudiantes quase abriu o placar por meio de um de seus pontos fortes: a bola alta. Em escanteio cobrado por Zuqui, o zagueiro Lollo subiu mais do que todo mundo e cabeceou firme. Bento operou um milagre e espalmou.

Depois de uma quase pressão dos visitantes, o jogo passou a ganhar um número maior de faltas e divididas duras entre brasileiros e argentinos.

O primeiro a ser advertido pelo árbitro Jesús Valenzuela foi o volante Fernandinho, que acertou Rodríguez com o cotovelo e recebeu amarelo. Pouco depois, Lollo cometeu falta por trás em Canobbio, mas acabou apenas com uma advertência verbal.

Aos 24 minutos, o Athletico chegou a ter um pênalti marcado por Valenzuela. O lateral Khellven fez longo lançamento em direção a Cuello e, para evitar a saída em tiro de meta, o atacante cabeceou para o meio da área. Com o desvio, a bola bateu no braço esquerdo de Godoy.

Rapidamente, o árbitro assinalou o pênalti, mas foi chamado pelo VAR, comandado por Julio Bascuñan, para revisar o lance.

Depois de analisar na cabine, o juiz anulou a marcação e enfureceu os torcedores presentes na Arena da Baixada.

Mesmo com o pênalti anulado, o Athletico não desanimou, passou a tomar conta do jogo e agrediu, principalmente nas bolas paradas, o adversário antes do intervalo.

Os brasileiros protagonizaram ao menos três sustos ao Estudiantes em cobranças de falta: primeiro, Khellven obrigou Andújar a trabalhar. Depois, Terans mandou por cima da meta. Já na casa dos 40 minutos, foi a vez de Cuello bater e, após desvio na barreira, ver o goleiro argentino executar nova defesa.

O Athetico voltou para o segundo tempo mais descalibrado: em apenas 15 minutos, Cuello, Terans e Hugo Moura arriscaram de média distância, mas erraram o alvo.

A resposta argentina veio em contra-ataque, e Piatti quase marcou de cobertura após Bento sair do gol para abafar um lançamento.

Em meio aos erros nas finalizações, Felipão ouviu a torcida e mexeu no time: Pablo e Terans deram lugar, respectivamente, a Vitor Roque e ao estreante Alex Santana. Logo depois, mais duas trocas: Vitinho e Léo Cittadini entraram nas vagas de Canobbio e Hugo Moura. Enquanto isso, Rollheiser substituiu Piatti no Estudiantes.

As substituições deixaram o Athletico mais veloz e perigoso. Aos 27 minutos, Khellven cobrou falta na medida e Fernandinho desviou em diagonal. O zagueiro Pedro Henrique, já na região da pequena área, não conseguiu direcionar o cabeceio e mandou para fora.

Um minuto depois, foi a vez de Léo Cittadini desperdiçar novo cruzamento feito na medida por Khellven — o próprio lateral arriscou de fora da área e ganhou escanteio pouco depois. Na cobrança, Fernandinho mandou por cima do gol de Andújar.

A pressão dos mandantes, sempre com ataques pela direita e com Khellven acionado, desencadeou em bola na rede.

O atleta de 21 anos, em novo cruzamento caprichado, acertou a cabeça de Thiago Heleno, que testou para o fundo do gol. Apesar da festa, a jogada foi anulada por impedimento do lateral.

Já nos acréscimos, Pellegrino, que entrou no lugar de Mauro Méndez, quase balançou as redes para o Estudiantes.

As equipes voltam a campo para decidir a vaga na semifinal do torneio continental na próxima quinta-feira (11), a partir das 21h30 (de Brasília), em La Plata (Argentina). Quem passar de fase encara o vencedor de Palmeiras x Atlético-MG.

Antes disso, o Athletico-PR tem pela frente justamente o Atlético-MG, no domingo (7), em jogo do Campeonato Brasileiro. Os argentinos também possuem compromisso no fim de semana e encaram o San Lorenzo pelo Campeonato Argentino.

ATHLETICO-PR

ento; Khellven, Pedro Henrique, Thiago Heleno e Abner; Hugo Moura (Léo Cittadini), Fernandinho e Terans (Alex Santana); Cuello, Canobbio (Vitinho) e Pablo (Vitor Roque). Técnico: Luiz Felipe Scolari.

ESTUDIANTES

Andújar; Leo Godoy, Rogel, Morel, Lollo e Mas; Castro, Zuqui (Nehuén Paz), Rodríguez e Pablo Piatti (Rollheiser); Mauro Méndez (Pellegrino). Técnico: Ricardo Zielinski.

Estádio: Arena da Baixada, em Curitiba (PR)

Árbitro: Jesus Valenzuela (VEN)

Assistentes: Jorge Urrego (VEN) e Tulio Moreno (VEN)

Árbitro de Vídeo (VAR): Julio Bascuñan (CHI)

Cartões amarelos: Fernandinho e Hugo Moura (ATH); Piatti, Rogel, Castro e Más (EST)