A morte de Roberto Dinamite leva mais um pouco da história viva do nosso futebol. Os ciclos se encerram dentro de um processo natural, mas a identificação com o que foi criado por alguém ficará eternamente. Quando a arte está entrelaçada com esta vida e morte é uma geração que fica órfã.

Imagem ilustrativa da imagem As gerações e as referências
| Foto: Daniel Ramalho/Vasco da Gama/AFP/13-4-2022

A paixão pelo esporte e, consequentemente, por ídolos geram conexões e sentimentos. A identificação é o processo de relacionamento que vai marcar aquele período, aquela geração. Estilo, tendência, característica e marcas históricas formam o perfil de um ídolo e sua torcida. Isto também compõe um ciclo, que vai se renovando com o andamento do tempo, mas com modificações, porque o processo pede transformações, e não necessariamente evoluções.

Esse entendimento de que a transformação do tempo não é necessariamente uma evolução faz com que tenhamos na morte de um ícone o fim de uma parte da nossa história esportiva. Dinamite não foi ídolo só no Vasco, mas faz lembrar outros grandes nomes contemporâneos a ele e que compõem aquela geração.

Inevitável o saudosimo, as comparações e a saudade. Do que foi construído positivamente em nossa alma pelo esporte do coração há sempre o sentimento de que nunca termine, para que não morramos com o que nos fez apaixonar. A morte de um grande nome de uma determinada geração é também a morte de um pedacinho da nossa história.

Vivemos agora tempos de menos apego às referências porque elas são efêmeras, estão mais distantes na comunicação direta e tem alta rotatividade. Aos “Dinamites” que já se foram e aos que partirão um dia, a certeza de que gerações e referências foram fundamentais para nossa história de vida.

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