As dúvidas da Copa do Mundo de Clubes
A procura pelos jogos não empolgou os norte-americanos antes de a bola rolar
PUBLICAÇÃO
segunda-feira, 16 de junho de 2025
A procura pelos jogos não empolgou os norte-americanos antes de a bola rolar
Julio Oliveira

Começou a Copa do Mundo de Clubes. A primeira edição entra para a história, mas de uma história que não se sabe quantos capítulos terá. Os clubes europeus não se empolgaram pelo calendário e só acabaram “engolindo” a participação pelos valores financeiros recebidos. Já o palco desta edição está em crise: os Estados Unidos vivem dias de protestos por todo o país contra a expulsão de imigrantes, justamente os que mais apreciam e fazem, dentro e fora de campo, o “soccer” sobreviver no país.
A procura pelos jogos não empolgou antes de a bola rolar. Há ingressos disponíveis para todos os jogos, já com promoção especial e redução no valor de algumas partidas, o que gerou até devolução da Fifa para quem tinha comprado antes das alterações de valor. Embora a entidade afirme que não haverá estádios vazios, já há um remanejamento de lugares para que as transmissões não mostrem espaços sem torcedores.
Mas é em campo que teremos frente a frente a grande diferença do futebol mundial. Não há dúvidas que os milionários times europeus estão em vantagem, mas quando deixam de jogar só entre si e enfrentam equipes do resto do mundo é que poderemos realmente perceber esse desequilíbrio. E ela vai muito além do aspecto financeiro. E veremos o porquê.
A diferença de calendário ao redor do mundo também coloca em dúvida o nível técnico. Conseguirá um PSG, que deveria estar em férias e ainda celebra o maior título da história apresentar o mesmo futebol de um mês atrás? E o que esperar de um Porto, que fez a pior pontuação da liga portuguesa em dez anos; ou de um Boca Juniors que sequer alcançou a fase de grupos da Libertadores este ano? E veremos ainda o pior Manchester City da era Guardiola e um Borussia Dortmund que só na última rodada da Bundesliga se classificou para a próxima Champions League.
Ser o primeiro campeão da primeira edição da Copa de Clubes pode ser o diferencial para se esperar jogos razoáveis, mas a partir da segunda fase.
Julio Oliveira é jornalista e locutor esportivo da TV Globo - A opinião do colunista não representa, necessariamente, a da Folha de Londrina

