Campeão mundial na barra fixa, o ginasta Arthur Nory retornou ao Brasil após quase dois meses longe. Depois de brilhar no Mundial de Ginástica Artística, em Stuttgart, na Alemanha, ele ainda foi à China para a disputa do Mundial Militar. Mas acabou sentindo um desconforto e foi poupado. "Essa medalha no Mundial foi um feito de um trabalho coletivo. É muito bom voltar para casa após quase dois meses fora", comentou o atleta.

O incômodo não é uma preocupação para o futuro. Segundo o técnico do atleta, Cristiano Albino, ele está com 90% de suas condições físicas - as mesmas do Mundial. E até pela grande possibilidade de brilhar nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020, Nory vai ser preservado nessa reta final de temporada para em janeiro começar a receber uma carga maior de treinamento.

"O importante agora é ele estar saudável. O ritmo de treino será mais baixo para ele chegar inteiro em 2020. Nossa preparação será com foco na barra, que é um aparelho que ele pode disputar a medalha na Olimpíada. Mas claro que não vamos abrir mão dos outros aparelhos porque ele também é um generalista. Ele é o único brasileiro medalhista em competições importantes em dois aparelhos diferentes", disse o treinador.

Nory está no Pinheiros-SP desde quando tinha 11 anos de idade - agora está com 26. Além do título mundial, ele também foi medalhista olímpico nos Jogos do Rio de Janeiro, em 2016, no solo. "Eu encontrei no Pinheiros minha segunda casa. Passo muito tempo aqui, sou feliz no esporte e procuro melhorar sempre, alcançar metas. Essa paixão pela ginástica é o que me move", afirmou.

Na avaliação do seu técnico, Nory tem potencial para chegar à final olímpica da barra e o trabalho será nessa direção. "O planejamento de treino não pode exceder o limite. Vamos participar de algumas competições internacionais, porque é importante aparecer lá fora e construir uma imagem melhor. Vamos também apresentar uma série nova, aumentando a dificuldade. É uma carta na manga que teremos", revelou.

Ou seja, Nory vai aprimorar a sua apresentação na barra, que é o foco para os Jogos de Tóquio. O Brasil tem pouca chance de ganhar medalha por equipes ou no individual geral, que reúne e soma dos seis aparelhos. Por isso, o foco é que os ginastas nacionais consigam chegar às finais por aparelhos. Para Nory, será um ano pesado, mas segundo seu treinador, o rapaz dará conta do recado. "O Nory é muito disciplinado e está muito bem de cabeça. Ele tem essa bagagem", avisou.

Nesta terça-feira, Arthur Nory foi homenageado pelo Pinheiros e ganhou uma placa comemorativa por causa de sua façanha. "O Nory representa tudo aquilo que o Pinheiros tem de valor esportivo. Veio para cá com 11 anos, foi medalhista olímpico e agora campeão mundial", explicou Arnaldo Luiz Queiroz Pereira, diretor da área de esportes olímpicos e formação do clube.