São Paulo - Não que fosse preciso, mas a rivalidade entre Brasil e Argentina entrou em uma nova fase a partir do dia 10 de julho deste ano. Pelo menos para os argentinos, a vitória sobre os brasileiros na final da Copa América, no Maracanã, foi uma catarse. Tratou-se do primeiro título importante do país depois de 28 anos. Lionel Messi jamais havia conquistado um troféu pela seleção principal.

A equipe de Tite tenta manter a invencibilidade nas Eliminatórias sul-americanas
A equipe de Tite tenta manter a invencibilidade nas Eliminatórias sul-americanas | Foto: Nelson Almeida/AFP

Porém, quando as duas equipes se enfrentarem nesta terça-feira (16), no estádio Bicentenário de San Juan, o Brasil é que vai entrar em campo já classificado para a Copa do Mundo do Qatar, em 2022. A vaga foi conquistada com a vitória por 1 a 0 sobre a Colômbia, na Neo Química Arena, na última quinta-feira (11).

"É Brasil x Argentina. Tem todos os ingredientes de um clássico mundial, de duas seleções com jogadores gigantescos, de uma qualidade incrível e história. Um jogo bacana de jogar e assistir. Nosso objetivo é ir lá, fazer um grande jogo, ganhar três pontos importantes nas Eliminatórias e continuar a evoluir quanto equipe", almeja o lateral direito Danilo.

A equipe de Tite tenta manter a invencibilidade nas Eliminatórias sul-americanas. Na melhor campanha da história do classificatório no atual formato, o Brasil tem 11 vitórias e um empate. A fórmula de todos contra todos em sistema de ida e volta foi adotada a partir do Mundial de 1998.

A Argentina pode também se classificar nesta rodada. Para isso, precisa ganhar e que nos jogos de Chile, Colômbia e Uruguai, duas dessas três equipes não vençam - chilenos, colombianos e uruguaios têm 16 pontos.

O Uruguai vai à altitude de La Paz enfrentar a Bolívia. A Colômbia recebe o Paraguai. O Chile será mandante, em Santiago, contra o Equador. Todos esses confrontos também acontecem nesta terça-feira.

O Brasil lidera as Eliminatórias com 34 pontos. A Argentina está em segundo, com 28. Mas as duas seleções têm um jogo a menos em relação às outras oito por causa do confronto não terminado em 5 de setembro.

O clássico foi interrompido aos 6 minutos do primeiro tempo por fiscais da Anvisa, que entraram no gramado da Neo Química Arena. Quatro jogadores argentinos não cumpriram a quarentena obrigatória por causa das restrições causadas pela pandemia da Covid-19.

O caso está na Fifa, que ainda não decidiu se algum dos times será declarado vencedor ou se a partida acontecerá novamente.

Pelo sistema de classificação da América do Sul, as quatro primeiras colocadas avançam para a Copa do Mundo. A quinta vai para uma repescagem contra time de continente ainda a ser determinado.

Em treino neste domingo (14), Tite testou mudanças na escalação. Casemiro está suspenso e deverá ser substituído por Fabinho. O técnico considera a possibilidade de colocar Matheus Cunha no lugar de Gabriel Jesus e Eder Militão na vaga de Thiago Silva.

Já o técnico argentino Lionel Scaloni deverá ter Lionel Messi desde o início. O atacante entrou durante o segundo tempo no triunfo por 1 a 0 sobre o Uruguai, na última sexta-feira (12).

Ganhar do Brasil pode dar um novo impulso para uma seleção que se sente à vontade com o próprio rendimento depois de muito tempo - possivelmente desde a Copa do Mundo de 2014, quando chegou à final.

A equipe foi apelidada pela imprensa local de "Scaloneta", um elogio ao técnico que não tinha experiência anterior no cargo e foi visto com desconfiança no início do seu trabalho, após a campanha ruim no Mundial de 2018. Scaloni era assistente de Jorge Sampaoli, demitido após a campanha irregular na Copa do Mundo.

Depois do jogo não acabado contra o Brasil, a Argentina venceu as cinco partidas que disputou nas Eliminatórias e sem sofrer nenhum gol. A seleção de Tite venceu quatro e empatou uma.

A polícia de San Juan estimou que 6 mil pessoas fizeram filas desde sábado à noite para comprar ingressos, que começaram a ser vendidos à meia-noite desta segunda-feira (15). Globo e SporTV transmitem a partida.

EM BUENOS AIRES

ARGENTINA

Emiliano Martínez; Molina, Romero, Otamendi e Acuña; Paredes, Lo Celso e De Paul; Messi, Di María e Lautaro Martínez. Técnico: Lionel Scaloni

BRASIL

Alisson, Danilo, Éder Militão, Marquinhos e Alex Sandro; Fabinho, Fred e Lucas Paquetá; Raphinha, Matheus Cunha e Neymar. Técnico: Tite

Árbitro: Andres Cunha (URU)

Estádio: Monumental de Nuñez

Horário: 20h30

Transmissão: Globo / Sportv