Fernando Tupan
De Foz do Iguaçu
A seleção Sub-23 da Argentina chegou ao Brasil com um dia de antecedência e entrou em território brasileiro sem que fiscais da Receita Federal vissem o rosto dos atletas. Um despachante brasileiro tratou da liberação dos estrangeiros. Os fiscais aduaneiros argentinos também não pararam o comboio. Eles aplaudiram e desejaram boa sorte aos atletas do Pré-Olímpico. A seleção estréia no Grupo B, com sede em Cascavel, na próxima terça-feira, às 21h40.
Poucos torcedores compareceram ao Aeroporto de Porto Iguazu para recepcionar Aimar, Saviola e companhia, procedentes de Buenos Aires. ‘‘Ninguém esperava que chegassem hoje. A informação era que a Argentina iria direto para Toledo num vôo charter ou que desembarcaria em Foz do Iguaçu. Por isso poucos torcedores vieram até aqui ao Aeroporto. Eu soube do desembarque a menos de duas horas’’, contou o taxista Antônio Escobar que esperava pegar autógrafos dos craques Aimar e Saviola.
O treinador José Perkeman prega que é muito cedo para falar em favoritismo da Argentina, do Brasil ou de qualquer outra equipe. ‘‘Temos que esperar o desenvolvimento da competição para fazer qualquer prognóstico. As chaves são difíceis. Se nós temos Paraguai, Uruguai, Peru e Bolívia; o Brasil tem a Colômbia, Equador, Chile e Venezuela’’.
Os argentinos não estavam preocupados com a segurança em seu país – apenas uma viatura acompanhou o ônibus com a delegação. O reforço chegou somente em território brasileiro. Na aduana 14 homens fizeram a segurança até o Hotel Olinda Park, em Toledo (40 km de Cascavel). O contingente estava distribuído em quatro carros – dois da Polícia Rodoviária e dois da Polícia Civil – e duas motocicletas.
Uruguai indefinido – O técnico Victor Púa, do Uruguai, ainda não definiu o time que estréia no Grupo B do Torneio Pré-Olímpico, em Cascavel, dia 18, às 19h30, no Estádio Olímpico, em Cascavel. As dúvidas, motivadas pelo pouco tempo de preparação, persistem na lateral, no meio-de-campo e no ataque. O treinador gosta de explorar a versatilidade dos atletas, utilizando-os em diferentes funções durante a partida.
A moderna forma de atuar dos uruguaios deve provocar surpresas durante a competição. Púa monta uma força onde as principais armas são velocidade, toques envolventes e deslocamentos constantes a partir do momento que detém a posse da bola – a intenção é confundir o adversário. Essa forma de jogar está sendo chamada de Celeste Mecânica, homenagem à seleção da Holanda, de 74, a chamada Laranja Mecânica.
A evolução técnica pôde ser sentida nos dois amistosos contra os profissionais do Foz. O maior exemplo é Olivera. Recuperado de uma contusão no joelho, que lhe tirou dos gramados durante três meses, o atacante corre contra o relógio para ganhar ritmo de jogo. ‘‘Estou me sentindo melhor. Fiquei 90 dias sem jogar. Até a estréia do Uruguai estarei 100% condicionado’’.
Os uruguaios, que estão hospedados em Foz de Iguaçu, simularam a ida para Cascavel. Deixaram o Hotel Golk Park, às 16 horas, e seguiram para o Estádio Olímpico, onde fizeram o reconhecimento do gramado. Púa confessa estar mais tranquilo. ‘‘O nosso entrosamento está melhorando. Estamos corrigindo vários erros durante os treinamentos. A evolução da equipe me deixa mais confiante’’.
Paraguai se arma – O Paraguai começou a respirar futebol desde o meio-dia de ontem. O ‘‘Ronaldinho paraguaio’’, o centroavante Santa Cruz, chegou a Assunção para se incorporar à Seleção sub-23 que está na Cidade De Leste, fronteira com o Brasil, fazendo os últimos preparativos para estréia no Grupo B contra a Argentina, no dia 18, às 21h40.
O treinador Raul Amarilla se empolga quando fala do reforço. ‘‘Com Santa Cruz nossas chances de classificação aumentam. Nosso selecionado fica mais forte no ataque’’, afirma. O volante Gavilan também se juntou à delegação, contente com o contrato que assinou com o Newcastle, da Inglaterra. ‘‘O Gavilan é o meu xerife. A experiência internacional ajuda muito nossa defesa’’, completa o técnico.
A única preocupação da comissão técnica é perder Santa Cruz no início de fevereiro. O Bayer de Munique liberou o jogador somente até o dia 30 de janeiro. ‘‘Se chegarmos à final vamos ter problemas, mas tenho confiança que a Confederação Paraguaia poderá conseguir estender a sua permanência’’, explicou Amarilla à Folha. Ele disse, porém, que não haverá conflitos se não for possível contar com Santa Cruz durante todo o torneio. ‘‘Nosso interesse reside na eliminatória da Copa do Mundo de 2002, que começa em março. Aí sim vamos brigar para segurar o atleta.’’
Por enquanto, entre os 11 titulares só estão confirmados Gavilan e Santa Cruz. O treinador confessa que tem algumas dúvidas e prefere deixar a escalação para o dia anterior à estréia contra o Paraguai. A base nos amistosos da preparação foi formada por Villar; Florentín, Rodríguez, Maldonado e Candia; Gavilan, Cáceres, Peres e Verón; Santa Cruz e Martinez.Delegação desembarcou ontem em Puerto Iguazu e seguiu de ônibus para Toledo. Desavidados, poucos torcedores acompanharam
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