A pandemia do novo coronavírus atingiu em cheio o futebol amador. As competições ficaram paralisadas por mais de um ano e muitos times deixaram de existir. Com o arrefecimento, no entanto, dos casos de Covid-19 e da volta à normalidade, os campos estão lotados novamente e um novo conceito de organização de torneios em Londrina ganha força.

O centroavante Neílson, ex-LEC, em ação pela Liga Camisa 8
O centroavante Neílson, ex-LEC, em ação pela Liga Camisa 8 | Foto: Rafael Ribeiro
Imagem ilustrativa da imagem Após pandemia, futebol suíço cresce e se profissionaliza em Londrina

A nova realidade atingiu em cheio o futebol suíço, modalidade das mais tradicionais na cidade, com dezenas de torneios, centenas de equipes e milhares de jogadores. Atualmente cinco grandes "ligas" organizam 12 campeonatos simultâneos, em concorrência com alguns clubes sociais que ainda mantêm seus torneios internos. O antigo Grêmio Londrinense, que possui cinco campos, se tornou o ponto de encontro do "novo" futebol suíço londrinense e tem recebido grandes públicos.

"O perfil dos jogadores e das equipes mudou. Não é só mais aquela diversão de fim de semana. Temos muitos ex-profissionais jogando e a necessidade das competições se profissionalizarem também. Por isso, apostamos na organização, disciplina, bons prêmios e divulgação maciça nas redes sociais", aponta Willyan Douglas Basso, diretor da Liga Camisa 8, que tem três competições em andamento, com 36 equipes.

TRANSMISSÕES

Para atrair o interesse dos times, os organizadores têm investido em transmissões ao vivo dos jogos nas redes sociais e em grandes premiações, que vão desde troféus, medalhas, materiais esportivos a dinheiro. Alguns torneios pagam prêmios de quatro mil, cinco mil reais aos campeões.

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"Futebol amador é um produto que vende. Não há recursos públicos, vem 100% da iniciativa privada. Temos empresários pequenos, médios e grandes, que acreditam na nossa seriedade e credibilidade, e expõem suas marcas", comenta Manoel Neto, organizador da Copa Evolução, que movimenta 18 equipes e quase 500 jogadores nas manhãs de domingo. "A paralisação obrigatória da pandemia potencializou que muitos times surgissem agora. Cada dia aparecem mais equipes e faltam vagas".

A competitividade exige investimento também das equipes, que "brigam" em busca dos melhores jogadores. Alguns chegam a ganhar entre R$ 100 e R$ 150 por jogo. "A minha equipe é formada pela amizade, mas tenho jogadores que ganham em outros times. Temos um time competitivo, mas é difícil ser campeão diante de equipes que conseguem trazer os jogadores que eles querem", frisa Marcus Rogério Baroto, diretor do Barotelli FC, que atualmente disputa três competições simultâneas. "Temos os nossos parceiros que ajudam no custo da equipe, que fica em torno de R$ 300 por jogo, entre arbitragem, material e aquela cerveja no final".

CONCORRÊNCIA E UNIÃO

A concorrência entre as ligas levou à união em busca da valorização do produto. Liga Camisa 8, Copa Evolução, Copa Londrina, Liga DFS e Liga Londrina F7 criaram um protocolo disciplinar para proteger árbitros, atletas, dirigentes e organizadores. Um jogador punido em uma competição automaticamente não pode participar de nenhuma outra. Recentemente, um jogador agrediu um árbitro e foi suspenso por um ano de todos os torneios de futebol suíço de Londrina.

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| Foto: Rafael Ribeiro/Divulgação

"A ideia de que no futebol amador pode tudo, que é um campo para desordem, bagunça e indisciplina é coisa do passado", alerta Manoel Neto. "A repercussão tem sido muito positiva por parte das equipes, que estão assumindo este papel de controlar os atletas e seus simpatizantes", frisa Willyan Douglas.

SOCIETY

Na onda do futebol suíço, o futebol 7 também ganhou muitos adeptos. A modalidade tem algumas regras específicas e é disputada em grama sintética. A Liga Londrina F7 promove o Intermunicipal, que tem cinco divisões, com 78 equipes e 1,6 mil atletas.

"O perfil é um pouco diferente do suíço. Temos mais times de amigos, que querem lazer. A exceção fica para a nossa primeira divisão, voltada para o alto rendimento", explica o presidente da Liga, Fabner César de Oliveira.

O dirigente lembra que após a pandemia criou mais duas divisões, em razão do aumento na procura e a novidade agora foi o início de um torneio de base, nas categorias sub-9, sub-11 e sub-13. Neste final de semana acontece a primeira fase do Paranaense de futebol 7, com a participação de 24 equipes de 12 cidades e que vale vaga para o Brasileiro.

"Aqui é o espaço para quem tem pretensão de seguir para uma seleção paranaense, brasileira. As definições são sempre pelo critério técnico. Só participam do Estadual as equipes mais bem colocadAs no Intermunicipal", revela Oliveira.

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