BELO HORIZONTE, MG (UOL/FOLHAPRESS) - A tão esperada segurança contratual que Ronaldo Nazário sempre frisou para desenvolver ainda mais o trabalho à frente da SAF do Cruzeiro, enfim, chegou. Com o contrato definitivo de compra dos 90% das ações do clube já assinado, o Fenômeno terá pela frente o desafio de colocar em prática as estratégias que ele e seu staff apresentaram anteriormente para que o clube possa se reerguer e, posteriormente, se auto sustentar.

O valor da negociação entre Ronaldo e Cruzeiro pelos 90% das ações da SAF é de R$ 400 milhões. Desses, R$ 50 milhões precisam ser investidos no ato da compra e os outros R$ 350 milhões ao longo dos próximos cinco anos. De acordo com o que foi tornado público pela própria equipe do Fenômeno, cerca de R$ 26 milhões foram investidos para pagamento de transfer ban em janeiro. Porém, no mês passado, dívidas que giravam em torno de R$ 14 milhões trouxeram nova punição ao clube.

Assim que assinou o vínculo definitivo, na última sexta-feira (8), Ronaldo começou a resolver as pendências e o pagamento relaciona à segunda punição foi feito. Sendo assim, o dirigente já investiu R$ 40 milhões apenas em dívidas das gestões passadas. O próximo passo, agora, é completar o restante do valor estipulado em contrato, que seria de cerca de R$ 10 milhões.

Segundo apurou o UOL Esporte, um dos caminhos possíveis de investimento, inicialmente, seria em melhorias na Toca da Raposa II, advindos deste valor. Porém, é importante ressaltar que ainda não há clareza sobre como o clube vêm mantendo os salários em dia: se por meio de receitas geradas pela instituição apenas ou com complemento de Ronaldo. Se confirmada a segunda opção, o valor investido já será maior que os R$ 40 milhões reservados para o transfer ban.

PATROCÍNIOS

O fato de Ronaldo ser oficialmente dono do futebol do Cruzeiro faz com que a situação em relação à busca por parcerias possa evoluir, uma vez que a chance de o negócio não se concretizar não existe mais. Este é um dos principais trunfos de Ronaldo em sua gestão, mesmo tendo sido muito criticado pelo Conselho Deliberativo do clube por ter condicionado o fator "receitas incrementais" como forma de aporte no contrato.

Ronaldo e todos os envolvidos na negociação defendem o modelo de investimento e acreditam que a representatividade que o Fenômeno possui no futebol abrirá portas que outros investidores teriam dificuldades de conseguir. Em janeiro, segundo apurou o UOL Esporte, Ronaldo se reuniu com Alexandre Birman, CEO da Arezzo, bilionário e cruzeirense, em busca de recursos para o clube.

A iniciativa teria partido do próprio empresário, que quando soube da chegada de Ronaldo ao clube ainda em dezembro, postou uma mensagem nas redes sociais na qual disse querer fazer parte do novo processo.

"Como bom mineiro, cruzeirense doente que viu o Ronaldo nos anos 90 brilhando no Mineirão, essa notícia me deixou muito feliz!! E com vontade de fazer parte desse sonho!!!", postou o CEO da Arezzo em sua conta pessoal à época.