Essa novela com Carlo Ancelotti para aceitar, ou não, ser técnico da Seleção Brasileira de futebol já encheu. Nenhum folhetim ao longo da história foi mais enfadonho que este, que já dura meio ano. Nada é novo. Nada avança. Nada acontece.

Três pontos são assustadores neste processo. O primeiro é que não existe plano “B”, porque a segunda alternativa é para ser executada, e a CBF não executa porque não tem. O discurso de esperar até o meio deste ano e que agora pode ser de até 2024 é porque não existe uma segunda via, esta possibilidade está perdida sem antes ter nascido.

De Abel Ferreira a Fernando Diniz, de Dorival Junior a Mano Menezes, não há um mínimo de coerência de proposta ideológica para o próximo ciclo de Copa do Mundo, que é daqui a três anos. E se acrescentar Jorge Jesus à frente destes nomes acima, socorro! Quantos degraus você colocaria entre Ancelotti e J.J.?

O segundo ponto aterrorizante neste processo é que a seleção mais vencedora de toda a história tem uma direção que não se porta neste mesmo nível. O Brasil não pode ficar meio ano sem técnico. O Brasil não pode ir a amistosos com interino. O Brasil não pode ficar perguntando a jogadores o que eles acham deste ou daquele nome.

O terceiro ponto, a meu ver, é o desrespeito que essa insistência por um único nome passa à classe: “desculpem, mas para nós só existe Ancelotti”. Se você quer conversar, mas não é recebido; se tenta proposta, mas não tem resposta clara; se quer determinar uma data, mas a não existência de um prazo é definido pelo outro; se você aceita esperar mais, mas ouve um “também não sei”....que deus é este que o Brasil reverencia desta forma?

Os caminhos estão abertos para quem sabe aonde quer chegar. Não é o caso da CBF, que se apegou numa única rota porque se precisar mudar não tem a mínima segurança para seguir qualquer outro caminho.