TÓQUIO, JAPÃO (FOLHAPRESS) - O recorde do brasileiro Cesar Cielo nos 100 m livre sobreviveu às Olimpíadas de Tóquio. Na final da prova, realizada nesta quinta-feira (29, horário local), o americano Caeleb Dressel ficou com a medalha de ouro com o tempo de 47s02. Foi a melhor marca da história dos Jogos.

Em 2009, Cielo cravou o melhor tempo dos 100 m no Mundial de Roma. Ele nadou a distância em 46s91.

Era época em que ainda os supermaiôs podiam ser usados. No ano seguinte, a FINA (Federação Internacional de Natação), baniria a roupa. Feita de téflon, ela repelia a água, produzia menos atrito com a pele e permitia maior velocidade.

Naquela final, Cielo superou Alain Bernard, considerado favorito, dono do recorde mundial em vigência, obtido dois meses antes. O francês também já havia nadado abaixo dos 47s (46s94). Mas naquele dia, foi prata.

Os recordes obtidos na era dos supermaiôs foram motivo de discórdia entre dirigentes e nadadores. A ideia de que fosse colocado um asterisco ao lado do tempo para explicar o contexto em que ele foi obtido, não vingou. No prazo de dois anos, a FINA registrou o triplo de recordes mundiais em comparação com os outros períodos da história da modalidade.

"Eu sabia que poderia fazer aquela marca. Não foi algo que apareceu do nada, de uma hora para outra por causa de uma roupa. Estava no contexto da época", defende Cielo, dono da única medalha de ouro da história da natação brasileira, nos 50 m livre em Pequim-2008.

Nas mesmas Olimpíadas, ele foi bronze nos 100 m. Em Londres-2012, ficou em terceiro nos 50 m, prova em que também tem o recorde mundial (20s91), igualmente obtido em 2009. Esta corrida ainda será disputada nas Olimpíadas de Tóquio.

A quebra da marca do brasileiro era uma das maiores expectativas no Centro Aquático de Tóquio. Isso por causa da disputa entre Dressel e o australiano Kyle Chambers. Mas o melhor tempo das qualificatórias tinha sido obtido pelo russo Kliment Kolesnikov (47s11).

Na seletiva americana da natação, Dressel havia nadado em 46s96.

"Vai ser uma corrida divertida e rápida, do tipo que todo nadador quer participar. Mal posso esperar", definiu Dressel.

A final dos 100 m em Tóquio também teve a presença do romeno David Popovic, 16, considerado futuro fenômeno da natação. Alguém que é candidato a quebrar, no futuro, a marca do Brasileiro que já dura 12 anos.