Agência Estado
De Niamey, no Níger
As ameaças terroristas já haviam dado alguns sustos nos competidores do Dacar e provocado alterações de percurso, mas dessa vez foi mais sério. E as quatro etapas que seriam no Níger foram canceladas, parando o rali pela primeira vez em sua história. A organização chegou a pensar em suspender o Dacar-Cairo, mas acabou concluindo que é seguro continuar a partir da Líbia. ‘‘Com certeza, o perigo é só no Níger’’, garantiu o francês Hubert Auriol, organizador da prova, que recomeça na segunda-feira, na 11ª etapa, a partir de Al Wyg, na Líbia. Suspeita-se que o GIA (Grupo Islâmico Armado) esteja envolvido.
Auriol cancelou oficialmente as quatro etapas ontem à noite, no aeroporto de Niamey, capital do Níger. Ele admitiu que recebeu as primeiras informações sobre a possibilidade de atentados há cerca de uma semana, mas contou que não havia nada de específico. No entanto, nos últimos dois dias aumentaram os boatos: ‘‘Anteontem à noite, tivemos a informação confirmada, e decidimos que hoje (ontem) tomaríamos uma decisão.’’ Os cinco dias de paralisação serão utilizados para que toda a caravana do Dacar seja transportada, por via aérea, para a Líbia. A operação começa hoje.
A etapa de ontem não mudou nada entre os líderes. Nas motos,o espanhol Juan Roma fez o segundo melhor tempo, mas manteve 22min22 de vantagem sobre o francês Richard Sainct. O brasileiro Juca Bala ficou em 20º e está em 22º, sexto na categoria Maratona. Entre os carros, o japonês Kenjiro Shinozuka fez o terceiro tempo, mas segue liderando seguido dos franceses Jean-Louis Schlesser e Stéphane Peterhansel. O brasileiro Kléver Kolberg foi o 22º e está em 21º no geral e terceiro na Maratona.
O piloto belga Roland Hoebecke entrou em coma após um acidente na etapa de ontem, entre Ouagadougou (Burkina Faso), e Niamey (Níger). Hoebecke caiu de sua moto Honda durante a ‘especial’, mas levantou-se e continuou pilotando. Em seguida, caiu de novo, provavelmente em decorrência do primeiro acidente, e não recobrou mais a consciência. Foi levado para o acampamento de Niamey de helicóptero e em seguida para a Bélgica, de avião.