São Paulo, 2 (AE) - Assim como na Copa do Mundo de 94 a seleção da Arábia Saudita foi a primeira a chegar nos Estados Unidos, os sauditas do Al-Nassr também foram os primeiros a aterrisar no Brasil para a disputa do Mundial de Clubes. O local escolhido foi águas de Lindóia, cidade turística do interior de São Paulo, onde passaram mais de duas semanas. Na bagagem, trouxeram dois reforços marroquinos, um experiente técnico iugoslavo e um discurso baseado na certeza de que não vieram ao Brasil apenas para brincar, mas sim para surpreender os adversários.
O príncipe Faisal Bin Abdulrahman Bin Saud, dono da equipe, bem que tentou mas não conseguiu contratar nenhum reforço brasileiro. Faisal primeiro tentou a contratação de Romário que preferiu disputar o Mundial pelo Vasco. Depois foi a vez de Paulo Nunes e Alex Alves, e mais decepção. A solução foi comprar o passe de dois experientes jogadores de Marrocos. O zagueiro Ismael Triki, que disputou a Copa da França pelo Marrocos e teve passagem pelo Lausanne, da Suíça, e Ahmed Bahja, atacante que foi campeão saudita pelo Al-Ittihad e também atuou na seleção marroquina.
Além dos marroquinos, uma dupla de sauditas esperam conduzir a equipe a uma boa campanha. O capitão Aldosari Muhaisen, de 33 anos, que já participou de 102 partidas internacionais e o meio-campo Mater Al Harbi, de 25 anos, que jogou a Copa de 98, nos Estados Unidos.
O Al-Nassr conseguiu a vaga para o Mundial depois de vencer a Supercopa da Asia de 1998 contra o Pohang Steelers, da Coréia. No primeiro jogo, fora de casa, os árabes empataram o jogo: 1 a 1. Na volta, outro empate, dessa vez por 0 a 0, mas a vantagem foi do Al-Nassr que marcou um gol fora de casa.
Para o comando da equipe o príncipe Faisal conseguiu assinar contrato com o iugoslavo Milan Zivadinovic que dirigiu a seleção principal da Iugoslávia por quase um ano desde a saída de Slobodan Santrac, após a Copa do Mundo. Zivadinovic foi o primeiro a destacar que sua equipe veio para disputar o título. Perguntado sobre o que achou do Brasil e se ficaria para o carnaval, o treinador foi irônico: "O carnaval vai ser na nossa estréia no Morumbi, dia 5, contra o Real Madrid".
Entre os times do Oriente Médio, o Al-Nassr é uma potência. Venceu 22 campeonatos sauditas, seis Super Ligas, seis Copas do Rei, duas Copas do Golfo, uma Copa da ásia e uma Supercopa da ásia. No atual campeonato saudita, o time está invicto, na primeira posição.
Ao contrário do Raja Casablanca, de Marrocos, que preferiram suspender o jejum do Ramadã, os jogadores do Al-Nassr fizeram um treinamento no Brasil muito diferente do comum. Treinavam e faziam as refeições durante à noite e durante o dia descansavam, pois no Ramadã - o mês sagrado do islamismo, os fiéis não podem beber, comer, fumar ou manter relações sexuais desde o nascer até o pôr-do-sol. Entretanto, os membros da comissão técnica garantem que a integridade física dos jogadores não será prejudicada. "Eles estão acostumados com isso. O calor não irá influenciar no desempenho", disse Zerroug Branislav, médico da equipe.
A equipe venceu um amistoso contra o clube paulistano Juventus por 3 a 2, na última quinta-feira. Os Jogadores: Madhi Al Dosari (1); Halawi Al Halwi (2); Fatsal Al Dosari (3); Saleh Aboshahin (4); Ismael Triki (5); Mater Al Harbi (6); Fahad Al Mehalel (7); Mohammad Sharifi (9); Amin Amin Al (10); Muhaisen Al Dosari (11); Hamad Khathran (12); Ahmed Bahja (13); Nassip Al Ghamdi (14); Nahar Al Ihaferi (15); Janoubi Al Janoubi (16); Mansour Al Mousa (17); Garni Al Karni (18); Moussa Saib (19); Mohsin Harthi (20); Hadi Sharify (21); Mohammed Babkr (22); Ibrahim Alshokia (23).