SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Após o Santos se afastar da zona de rebaixamento com o triunfo sobre a Chapecoense, na última quarta-feira (17), o técnico Fábio Carille terá difícil missão no próximo domingo (21), pela 34ª rodada do Brasileirão: levar sua equipe a uma vitória na Neo Química Arena após seis anos, o que derrubaria o tabu que ele próprio ajudou a construir na casa do Corinthians.

Desde agosto de 2015, em jogo pela volta das oitavas de final da Copa do Brasil, quando venceu o time de Tite por 2 a 1 e avançou de fase, o Peixe nunca mais venceu no estádio corintiano.

De lá para cá, os alvinegros se enfrentaram dez vezes no estádio da zona leste paulistana, com seis vitórias para os donos da casa e quatro empates. Nestes duelos o time da Vila sofreu 12 gols e marcou apenas três.

Hoje, do outro lado da rivalidade, e uma peça fundamental na ascensão santista da luta contra o rebaixamento ao 11º lugar - indo de um aproveitamento de 38%, sem ele, a 48% na Série A -, Carille foi um dos principais responsáveis pelo tabu do Alvinegro praiano em Itaquera.

Sob seu comando, o Corinthians fez cinco das últimas dez partidas diante do Peixe em Itaquera, vencendo três e empatando duas.

Entre esses jogos, destaque para vitórias por 2 a 0 no Brasileirão de 2017 e por 3 a 1 na semifinal do Paulistão de 2019. Ambos os campeonatos foram conquistados pelo clube do Parque São Jorge, com Carille como técnico.

ATAQUE À PROVA

O tabu em Itaquera não será o único desafio que o Santos terá de enfrentar no domingo. Apesar da melhora no rendimento e nos resultados, o Peixe possui o segundo pior ataque do returno - desde a chegada de Fábio Carille -, e o quinto pior de todo o campeonato.

Para além do próprio estilo do treinador, que melhorou os números defensivos da equipe mas viu o desempenho diminuir na frente, apresentando dificuldades no setor criativo, o elenco já havia sofrido com baixas como a saída de Soteldo, em abril, e agora as lesões de titulares do ataque. O centroavante Léo Baptistão, que ainda não marcou pelo Peixe, contundiu a panturrilha e está há mais de um mês sem atuar.

Artilheiro do time na Série A, com seis tentos, Marinho chegou a perder cinco jogos seguidos por um hematoma na coxa, em agosto. Após a vitória contra a Chapecoense, o camisa 11 sentiu desconforto na mesma região e, embora os exames não tenham constatado lesão, ainda é dúvida para o Clássico Alvinegro.

Acerca do baixo rendimento da equipe no ataque, Carille considerou que o problema passa mais pela criação das jogadas que pelos finalizadores do elenco.

"Tudo passa pela construção, não conseguimos trocar passe. Antes de falar em finalização, é preciso falar de construção. Fomos dominados e, por isso, comemoro demais esse ponto numa fase final de competição", disse o técnico, após o empate por 0 a 0 contra o Atlético-GO, há duas rodadas.

No confronto seguinte, é verdade, o setor ofensivo foi mais eficaz e, ante a Chape, foi duas vezes às redes. Porém, também cabe citar que a equipe catarinense é a lanterna da competição, já rebaixada, e dona da pior defesa, com 56 gols sofridos.

Agora, diferentemente da última rodada, o desafio do Peixe será diante do terceiro time menos vazado da Série A, com 32 tentos. Com uma defesa sólida, formada por Cássio, Fagner, Gil, a revelação João Victor e Fábio Santos, o Corinthians não perde há nove jogos em casa, com sete vitórias e dois empates nessa sequência.

Desde o retorno da torcida à Neo Química Arena, contra o Bahia, o aproveitamento é de 100% dos pontos disputados: são cinco triunfos nas cinco partidas, com nove gols marcados e três sofridos.

Ciente da dificuldade para as próximas partidas, Carille reconheceu a melhora da equipe após a vitória de quarta, mas acredita que ainda é necessário evoluir na reta final da competição.

"Estamos dando uma arrancada em um momento importante. Dos últimos 18 pontos, ganhamos 13, uma porcentagem importante para o momento. Fomos contratados para essa situação e estou feliz, mas precisa de mais", afirmou.

O duelo entre Santos e Corinthians, 11º e quinto colocados, respectivamente, ocorre às 16h (horário de Brasília) de domingo (21), na Neo Química Arena.