Agora é Copa!

Terminou o Brasileirão e não vamos ficar sem futebol pelo final de ano. Ainda tem uma Copa do Mundo. O torneio fora de época vai nos levar a um país sem tradição no futebol, sem torcida e sem nenhum favoritismo na competição. Então, que Copa é essa? É a Copa dos negócios, do alto investimento, da apresentação de um pequeno país ainda desconhecido para o resto do mundo. É uma Copa muito além das quatro linhas.

E essa pode ser a Copa das surpresas. Grandes jogadores não estarão no Catar como Halland, da Noruega; Ibrahimovic, da Suécia; Mahrez, da Argélia, e Salah, do Egito, por suas seleções não se classificarem; e outros por lesão, como Pogba e Kanté, da França, Winaldum, da Holanda, Lo Celso, da Argentina, e a dúvida quanto a Sadio Mané, de Senegal, que foi convocado mesmo estando lesionado.

Das tradicionais seleções favoritas em todas as Copas, a França perdeu dois jogadores titulares e vive uma turbulência interna com Mbappé. A Inglaterra teve um péssimo ano fazendo cair o entusiasmo do torcedor inglês com o ciclo pós-Rússia, que foi empolgante. A grande diferença entre jovens e veteranos na Espanha ainda é uma incógnita. Já a Alemanha também embarca com um elenco jovem. Por isso, enfim, Bélgica e Holanda podem ganhar um protagonismo maior. E há quem fale da Dinamarca.

Mas é Copa. É futebol em dose elevada num curto espaço de tempo. Jogos intensos do primeiro ao último dia. Os melhores buscando mudar a história ou fazer história em menos de um mês para se tornarem os melhores. O Catar espera que o Mundial o transforme diante do mundo. O futebol espera que o país não influencie na qualidade e competitividade por ser uma competição fora de época.

O Brasil é eterno favorito e a seleção de Tite, como há muito não se via, é praticamente uma unanimidade entre os brasileiros. Para quem gosta de futebol, a partir de sábado são dois olhos grudados na Copa; e para quem não gosta, um olho na Copa e outro nos jogos do Brasil.

Julio Oliveira é jornalista e locutor esportivo da TV Globo - A opinião do colunista não reflete, necessariamente, a da Folha de Londrina - A opinião do colunista não reflete, necessariamente, a da Folha de Londrina