SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Afastado do Minas após fazer comentários homofóbicos, o jogador de vôlei Maurício Souza vai receber a maior honraria da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo): o Colar de Honra ao Mérito Legislativo. A condecoração, que acontecerá no próximo dia 9, vai ser entregue pela deputada estadual Letícia Aguiar (Progressistas).

Segundo a coluna Olhar Olímpico, do UOL Esporte, a decisão de afastar o atleta foi tomada em 2021 enquanto o clube estava em uma sinuca de bico. De um lado, torcedores e seus dois grandes patrocinadores, Fiat e Gerdau, cobravam uma postura rígida do Minas contra Maurício Souza. Mas, de outro, parte do elenco defendia o colega.

O caso começou em 12 de outubro, quando Maurício Souza publicou no Instagram um print de uma reportagem que revelava que o filho do personagem Superman, da DC, se assumiu bissexual. O jogador comentou: "É só um desenho, não é nada demais. Vai nessa que vai ver onde vamos parar".

A publicação repercutiu negativamente entre pessoas de dentro e de fora do clube. Sem base jurídica para acusar Maurício de homofobia, o Minas não teria como demitir o jogador, que tem carteira de trabalho assinada e também contrato de imagem. Foi por isso que, ao soltar nota sobre o assunto, o Minas reprovou o post do central, mas disse que "todos os atletas federados à agremiação têm liberdade para se expressar livremente em suas redes sociais".

A nota, porém, causou mal-estar interno dentro do clube, perante à base de fãs, que tem grande presença de pessoas LGBTQIA+, e aos dois patrocinadores que, na prática, são mantenedores da equipe. Em notas públicas, Fiat e depois Gerdau exigiram que o Minas tomasse medidas concretas e urgentes. Foi quando o Minas decidiu pelo afastamento do atleta.