O advogado dos irmãos Ronaldinho Gaúcho e Roberto de Assis, Sérgio Queiroz, disse, neste domingo (8), em Assunção, no Paraguai, que ambos estão detidos de forma "totalmente abusiva e ilegal", e que a decisão do sábado (7), da juíza Clara Ruíz Díaz, de acatar o pedido do Ministério Público e determinar a prisão de ambos era "rasgar a legislação paraguaia".

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. | Foto: Divulgação/Ministério Públ

Queiróz afirmou que a defesa focará nos erros processuais que considera que tenham sido cometidos e que a explicação sobre os documentos falsos -apreendidos com a dupla- é de que "foram oferecidos a Assis como um modo para que fizessem negócios no Paraguai. E eles aceitaram essa proposta".

Indagado sobre que tipo de negócios, Queiróz não especificou "eles têm interesse em realizar negócios aqui como em várias partes do mundo".

O advogado contou que ambos admitiram, nas duas audiências que tiveram nos últimos dias, que haviam cometido um ilícito, mas que a promotoria, em sua primeira decisão, havia considerado que aplicava, para eles, o "critério de oportunidade". "Pois ele entendeu que eles não agiram nem com dolo ao país, nem a eles mesmos".

Para o advogado, essa é a decisão que estaria valendo, e que, o que ocorreu depois disso é ilegal. Nesse sentido serão apresentados recursos, a partir desta segunda-feira (9), para tentar reverter a situação e conseguir liberar ambos os brasileiros.

"Não há mais nada a ser investigado a partir do momento em que os dois admitiram que erraram. Acabou aí o ilícito." Queiróz repetiu essa afirmação várias vezes, demonstrando alguma irritação.

Quando indagado sobre um possível vínculo com o crime organizado paraguaio por meio de Dalia López, que mandou produzir os passaportes falsos para os brasileiros, Queiróz disse que ambos não tinham "nenhum vínculo com ela além dos eventos de que participariam aqui no Paraguai". López tem pedido de prisão emitido pela Justiça e está foragida.

Em contato com a reportagem, o advogado Marcos Estigarribia afirmou que Dalia López se apresentará para dar declarações nesta segunda-feira (9), às 10h.

Ronaldinho foi para o Paraguai a convite de Nelson Belotti -um dos donos do cassino Il Palazzo, localizado no hotel em que o ex-atleta estava inicialmente hospedado com seu irmão, Assis- e da empresária.

Queiróz esteve com os dois irmãos na manhã deste domingo (8) e afirmou que ambos estão sendo bem tratados mas que estão "muito irritados com a situação". Ronaldinho e seu irmão estão num presídio de alta segurança em Assunção, compartilhando uma cela.

Atualizada em 09/03/2020 às 09h19