Ed Carlos Rocha - De Curitiba
Marcos Freitas - De Londrina
Dos 20 jogadores que compõem a Seleção Brasileira pré-Olímpica, além de Alex e Mozart, paranaenses de nascimento, outros três jogadores também são paranaenses – de coração. O paulista Lucas, o brasiliense Warley e o alagoano Adriano não escondem que o fato de jogarem ou terem atuado pelo Atlético foi o grande trunfo para se destacarem no cenário nacional e, com isso, estarem hoje no time de Wanderley Luxemburgo.
O meia Adriano, que chegou ao Rubro-Negro da Baixada em 97, contratado junto ao CSA de Alagoas, sabe bem o valor que o Atlético tem na sua carreira. De desconhecido meia nordestino, Adriano transformou-se, em quase três anos de Atlético, num dos principais jogadores do time, o que o colocou na vitrine e permitiu a sua convocação para a Seleção Sub-23.
– Jamais teria sido chamado se ainda estivesse jogando no CSA. Devo tudo isso ao Atlético. Por isso, às vezes me considero paranaense - diz ele.
Até ser oficializado como membro do grupo para o Pré-Olímpico, Adriano teve quatro participações na Seleção Brasileira. A primeira delas foi ano passado, num amistoso contra os Estados Unidos, em Brasília, quando começou como titular. Depois, enfrentou a Austrália duas vezes, em Sydney e Melbourne, entrando no segundo tempo. Em dezembro último, ele também entrou no segundo tempo contra Bolívia e Paraguai, sendo que contra os paraguaios fez o gol de empate em 3 a 3 e salvou a equipe de uma derrota.
Apesar de saber que dificilmente começará o torneio como titular, Adriano sonha alto. Segundo ele, agora mais tranquilo por saber que está confirmado no grupo, poderá render mais nos treinamentos e nos jogos que entrar.
– Não vou me acomodar no banco de reservas, não. O grupo é muito forte, mas sei que posso estar entre os titulares e vou brigar por isso.
Mas, para estar entre os 11, Adriano terá que se superar e se adaptar a um novo estilo de jogo. Conhecido por sua interminável movimentação dentro de campo, na Seleção Adriano terá que jogar mais aberto pelas laterais e não se preocupar muito em voltar para armar a jogada.
– O Luxemburgo pediu que eu jogue assim, o que é um pouco diferente do meu estilo no Atlético. Mas se ele quer, vou ter que me adaptar, pois os jogadores modernos sempre se adaptam ao que o treinador quer.
E o meia fala em obedecer o técnico porque quer ir mais longe. Para Adriano, a chance de disputar o Pré-Olímpico, aliada à participação do Atlético na Libertadores, irá evidenciá-lo ainda mais no cenário nacional – o que, de acordo com ele, facilita depois uma convocação para a Seleção principal.
– Quero estar sempre sendo lembrado, e para isso o próprio Pré-Olímpico e a Libertadores, desde que eu tenha um bons desempenhos, vão ajudar.
Lucas – O atacante do Atlético, convocado na quinta-feira em lugar do contundido Roni, do Fluminense, tem opinião semelhante à de Adriano:
– O futebol paranaense está crescendo muito nos últimos anos. Isso culminou com a classificação do Atlético para a Libertadores, o que já colocou os jogadores na vitrine. Sei que fiz um bom Campeonato Brasileiro, mas me destaquei bastante com os três gols na vitória sobre o Cruzeiro na final da Seletiva para a Libertadores. Por isso, sempre vou ser grato ao Atlético - disse o jogador à Folha no dia de sua convocação.
Warley – Warley Silva dos Santos nasceu em Sobradinho, cidade satélite de Brasília, mas foi no futebol paranaense que se destacou. Mesmo tendo apenas 21 anos, é um dos atletas mais experientes do grupo. Warley já jogou no Gama, passou pelo Rentistas do Uruguai, jogou o último Campeonato Paulista pelo São Paulo – que chegou às semifinais – e hoje está na Udinese da Itália.
Mas foi no futebol paranaense que ele começou a se destacar. E a passagem pelo Estado foi mesmo curiosa. Antes de brilhar no Atlético, Warley defendeu as cores do arqui-rival Coritiba. Não foi bem e teve problemas com a diretoria coxa-branca, que o classificou como um atleta indisciplinado. O Atlético não quis saber desta conversa e contratou o garoto. No ano seguinte, 98, Warley foi um dos responsáveis pela conquista do título estadual pelo rubro-negro – feito que o Atlético não conseguia realizar havia oito anos –, inclusive fazendo gols contra seu antigo clube.
Para a Seleção Brasileira, Warley foi convocado seis vezes. O atacante, que é conhecido pela velocidade com que arma as jogadas pela linha de fundo, já vestiu a camisa da seleção quatro vezes e já marcou um gol pelo Brasil.