Adilson Batista
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segunda-feira, 19 de setembro de 2022
Julio Oliveira
Um time é reflexo, primeiramente, do seu técnico. Evolução ou retrocesso passam pela maneira com que uma equipe é dirigida. Mas um técnico não faz mágica. O grande treinador é aquele que consegue aproximar mais o seu pensamento de futebol à qualidade e característica do seu elenco. Ou ainda conseguir fazer com que jogadores possam se adaptar a novos formatos surpreendendo inclusive seu próprio estilo.
O mais celebrado técnico da última década, Pep Guardiola, tem sido vencedor unindo todas essas vertentes. No Barcelona, foi vencedor com um time que ensinou que não ser atacado significava ter sempre a posse de bola. Aliou seu pensamento à qualidade dos jogadores que tinha. No Bayern, seguiu o mesmo pensamento principal da posse de bola, mas valorizando o controle de jogo desde a saída, quando trouxe volante para ser zagueiro e lateral se tornando meia. Qualificou posições e valorizou potencialidades. Também foi vencedor. No Manchester City a ideia principal continua, mas com mais velocidade, amplitude de jogo e inversões. E continua vencedor.
Já comentei neste espaço sobre Fernando Diniz, que na última semana perdeu o embate técnico com Vitor Pereira, que montou uma estratégia cirúrgica para vencer o adversário. Corinthians e Fluminense não fizeram uma partida brilhante para o torcedor, mas tiveram um confronto de alta inteligência técnica, que só foi possível por seus comandantes e jogadores.
Mas e quando o técnico não tem peças suficientemente qualificadas? Então precisa ser mais capaz ainda de potencializar cada atleta para ser um pouco mais por um todo mais completo. E é isso que Adilson Batista faz no Londrina. Adilson já comandou times vencedores e jogadores muito mais bem qualificados do que o atual plantel do Tubarão, mas está encarando o desafio de fazer uma trajetória onde todos têm a certeza que só está sendo possível pela sensibilidade do atual treinador.
Adilson organizou o time. Alan Ruschel é só lateral, Eltinho não é meia, João Paulo é o equilíbrio do time e Gegê está tendo mais uma oportunidade na carreira. Não é um time brilhante, mas está atrás apenas de quatro grandes do nosso futebol. A proeza do que faz Adilson pode ser medida por uma pergunta: quantos dos atuais titulares do Londrina seriam titulares num dos quatro primeiros colocados?
Parabéns, Adilson. Independente da posição na rodada 38 terá sido uma temporada brilhante.
Julio Oliveira é jornalista e locutor esportivo da TV Globo – A opinião do colunista não reflete, necessariamente, a da Folha de Londrina