Adidas entra com patrocínio forte em 2000
PUBLICAÇÃO
quinta-feira, 06 de janeiro de 2000
Por Edílson Coelho
São Paulo, 6 (AE) - A Adidas, uma das principais marcas de materiais esportivos do mundo e do País, resolveu reforçar este ano a estratégia de patrocínios no mercado nacional. Além de manter o atual contrato com o Fluminense, que vai até 2001, a multinacional alemã pretende patrocinar mais um outro clube brasileiro. Internacionalmente, a companhia mantém contratos com Real Madrid, Olympique de Marselha, Bayern de Munique, New Castle e River Plate. Nos últimos dois anos, chegou a patrocinar o São Paulo, em 1998, e o Internacional-RS, em 1999.
Também estão nos planos da empresa ter sob patrocínio um seleto grupo de profissionais - misturando jogadores famosos e atletas em ascensão, mesmo que estejam em clubes pequenos. Os nomes de alguns jogadores serão divulgados até meados de fevereiro. Os únicos atletas brasileiros com patrocínio de exclusividade da Adidas hoje são Fábio Júnior, da Roma, e Élber, do Bayern de Munique. "Estamos no momento de mudanças", disse hoje o presidente da Adidas do Brasil, o chileno Manuel Ovalle.
O executivo não gosta de falar das cifras envolvendo patrocínios no futebol brasileiro. Mas é possível ter uma idéia. O investimento para 2000 em marketing será de 10% das vendas: poderia estar próximo dos US$ 15 milhões. Para chegar a esse valor há necessidade de fazer pequenas contas. O Brasil normalmente representa em torno de 50% das vendas das multinacionais dentro da América Latina. Para a Adidas, a região representa 5% das vendas mundiais, que fecharam 1999 com US$ 6 bilhões.
A empresa quer retomar esse trabalho de patrocínio como forma de obter mídia gratuita, ganhando com isso reforço de imagem no concorrido mercado de artigos esportivos em que atuam as gigantes norte-americanas Nike e Reebok.
A exposição dos times e jogadores de futebol nos campeonatos tem possibilitado às empresas um ganho de mídia, em muito casos, maior do que a veiculação de campanhas publicitárias. Da verba que investirá este ano, pelo menos 50% vão ficar com os patrocínios. Os 50% restantes serão usados em propaganda. Aliás, 2000 marca a volta da companhia à mídia. Ela ficou dois anos sem investir em publicidade. Por trás dessas ações da multinacional alemã há um grande objetivo: ampliar suas vendas em 30% este ano. Em 1999, a desvalorização da real acabou refletindo nos resultados da companhia, já que os consumidores tiveram de acostumar-se com produtos em valores mais altos. Paralelamente à estratégia de comunicação, a Adidas abriu o ano comandando as próprias ações no Brasil.
Anteriormente, como ela tinha contratos de licenciamento com a Dastrosa, reponsável pela produção dos produtos têxteis, e com a Vulcabrás, para a produção de calçados, era mais complicado ter o controle da produção e, até mesmo, da qualidade. "Hoje, nossa equipe escolhe os fabricantes e controla as vendas", contou o presidente da empresa. Segundo a direção da Adidas, o mercado brasileiro ainda necessita de maior volume de vendas para poder trabalhar com licenciamento - o que já é possível no exterior.