O futebol é a grande paixão do brasileiro quando se fala de um esporte. E há muitas explicações para isso: desde o primeiro presente que um menino ganha que é uma bola ou a camisa do time do coração do pai à facilidade da prática em campinhos, na rua, na garagem de casa etc. A popularidade ainda se propaga pela alta exibição devido ao grande número de campeonatos. Mesmo quem não goste sabe que o futebol existe e contagia.

Quando vejo a cidade voltando a acompanhar o Londrina de maneira mais contínua este ano devido à boa campanha, fico feliz. O time precisa de apoio para que haja continuidade e consistência de projeto, porque o futebol tem uma cadeia econômica própria e é importante, embora o público no Café ainda seja desproporcional à posição na tabela. Mas quando uma cidade do porte de Londrina só consegue destacar o futebol na atualidade esportiva, me entristece.

Já tivemos outras modalidades, e com participações relevantes, no cenário nacional. Há quase 20 anos, por exemplo, o time de basquete da cidade brilhava na Liga Nacional. O Londrina/Aguativa batia o poderoso Flamengo de Oscar em um jogo histórico para um Moringão completamente lotado. A cidade tinha relevância no cenário nacional pelas seguidas campanhas positivas e a hegemonia no estado chegou a 61 partidas de invencibilidade.

O handebol foi outra modalidade que também contagiou toda a região por quase uma década. Com muita popularidade entre os jovens, por ter sido uma prática quase obrigatória nas aulas de educação física de escolas públicas e particulares, não foi difícil atrair público quando houve um time na Liga Nacional. Como não lembrar de Giancarlos Ramirez, que chegou à cidade e vendeu projeto ambicioso. Resultado: o time chegou a seis finais de Liga Nacional, vencendo duas. Novamente se tornando centro das atenções no país.

No futsal feminino e no vôlei também já tivemos times disputando as competições nacionais. Sem dúvida, o esporte ficou caro. As formas de investimento mudaram e, principalmente, os investidores diminuíram. Mas uma cidade como Londrina não pode se reservar disso. Precisa buscar formas diferentes de fomentar novamente essas possibilidades. A região sempre foi rica na produção de atletas e talentos, que continuam aí esperando oportunidades ou partindo para outros centros.

O futebol sempre será o carro-chefe no esporte de qualquer cidade, mas Londrina tem potencial para muito mais, como as duas últimas décadas já mostraram.

Julio Oliveira é jornalista e locutor esportivo da TV Globo – A opinião do colunista não reflete, necessariamente, a da Folha de Londrina

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