A primeira derrota do Catar
O número de atletas lesionados já é a primeira baixa de uma competição que não pode sofrer mudanças por conta de fatores econômicos apenas
PUBLICAÇÃO
segunda-feira, 21 de novembro de 2022
O número de atletas lesionados já é a primeira baixa de uma competição que não pode sofrer mudanças por conta de fatores econômicos apenas
Julio Oliveira
A Copa fora de época já está revelando suas adversidades. E nem estamos falando do país quente, que encheu os estádios de ar-condicionado em modernas tecnologias, mas de uma nova realidade de temporada para os jogadores. O número de atletas lesionados já é a primeira baixa de uma competição que não pode sofrer mudanças assim, por conta de fatores econômicos apenas.

Uma Copa é grande se tiver as maiores seleções e os principais nomes do futebol em campo. Ela só se torna especial nessa combinação dos maiores enfrentando os maiores. Por isso, independente de momento técnico, as favoritas são sempre as mesmas. Por que são as melhores no momento? Não. Apenas porque são as maiores do mundo do futebol.
O maior número de jogadores lesionados atuam na Europa, que precisou encurtar a pré-temporada para se ajustar à Copa no final do ano. Resultado: menor descanso e mais lesões. França, Portugal, Bélgica, Argentina, Holanda e Alemanha perderam jogadores importantes. E todas favoritas em qualquer lista de palpites. Uma Copa não pode ficar sem Pogba, Kanté, Marco Reus, Wijnaldum, Lo Celso e muito menos sem Sadio Mané, o principal jogador de Senegal e um dos maiores da atualidade, e Karim Benzema (na foto), eleito o melhor do mundo deste ano. A competição perde brilho.
A lesão é parte da vida de qualquer atleta e, principalmente, do jogador de futebol por sofrer contusões que são de recuperação mais longa. Mas quando a data do Catar foi confirmada, muito já se ressaltava do estágio físico em que os jogadores chegariam para o torneio. E está se confirmando. Além dos que foram cortados, os que nem foram convocados, há ainda os que foram, mas não estão disponíveis para os primeiros jogos.
O futebol precisa do dinheiro. O dinheiro move o “negócio” futebol. Mas a essência do futebol ainda é o talento. E dinheiro não faz talento. O Catar tem dinheiro e não tem futebol, mas levou a Copa. Torcemos para que esta edição não nos tire mais talentos e nem o prazer de ver o que o dinheiro ainda não interfere: a emoção dos grandes lances que entrarão para história de mais uma Copa.
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