SANTOS, SP, E BELO HORIZONTE, MG (UOL/FOLHAPRESS) - O Santos enviou nesta terça-feira (28) sua defesa sobre o processo movido por Eduardo Sasha contra o clube, pedindo a rescisão contratual. O atleta alega corte de 70% dos salários sem aceitação dos jogadores, mas o clube nega o percentual de corte e fala que reteve 45% do valor com "garantia de devolução".

Segundo o clube, a medida foi tomada de forma emergencial para evitar quaisquer demissões no quadro de funcionários. De fato, o Santos foi um dos únicos clubes que não demitiu durante o período de pandemia. No processo, o time cita como exemplo o Atlético-MG, que demitiu cerca de 50 funcionários.

O Santos usa como argumento a MP 936/2020 (convertida na Lei 14.020/2020), que permitia uma redução salarial de 25%. O clube também cita o processo inicial, movido por Sasha, que afirma que o atleta aceitou 30% de corte. No entendimento do clube, então, o atacante aceitou até acima do corte feito, uma vez que, para o Santos, o restante do valor foi apenas retido com "garantia de devolução".

A forma de devolução do valor retido de maneira "emergencial", porém, é o grande ponto de discordância no cenário atual. O Santos quer devolver o valor somente no final deste ano, quando tudo já estiver mais restabelecido na questão de verbas recebíveis. Não houve acordo com os atletas até o momento.

O Santos depositou em juízo R$ 377 mil, referente aos valores de salário que não foram pagos a Eduardo Sasha durante os três meses de paralisação. Além disso, o clube ainda depositou R$ 110 mil na conta vinculada ao FGTS do jogador —o atacante afirmou em processo que o clube não havia efetuado o pagamento dos meses de novembro e dezembro, além do 13º salário, período anterior à pandemia.

O time da Vila Belmiro ainda salienta que, como em sua visão os valores estão em dia após os depósitos realizados, aguarda o retorno do atacante às atividades no CT Rei Pelé.

"Aguarda-se, inclusive, o retorno do reclamante às suas atividades laborais, vez que seu contrato de trabalho se encontra ativo. Tanto é que o Santos manteve o atleta dentre os inscritos para a lista das fases finais do Campeonato Paulista 2020", escreve o Santos.

O clube atendeu à intimação da Justiça, que pediu que o Santos se manifestasse no prazo de cinco dias antes de julgar a tutela de urgência pedida por Eduardo Sasha. O clube alvinegro pede o indeferimento, como já ocorreu no caso de Everson. A decisão deve sair nos próximos dias.